segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Casal 20 - O mundo de Sheldon

Fonte: Zeebox

De 1979 a 1984, com cerca de 110 episódios, o mundo viveu uma das mais adoráveis e fajutas histórias de amor da televisão. Um casal de milionários que viaja pelo mundo ajudando, involuntariamente, a desvendar tramas e crimes para a polícia... Não que não haja ricos bem intencionados, da mesma forma como não se pode dizer que pobre é sujo e ignorante. Angelina Jolie é a prova disso. Mas arriscar seus pescoços milionários, já tendo em vista seu histórico para atrair encrencas, em vez de montar uma entidade de investigação com profissionais qualificados para isso, é tão fantasioso quanto imprudente.

Hart to Hart, produzido pela ABC, estrelado por Stephanie Powers (como Jennifer Hart)e Robert Wagner (como Jonathan Hart), com os carismáticos coadjuvantes Leonel Stander (mordomo Max) e seu cãozinho Freeway, foi criado pelo escritor Sidney Sheldon. Aham, sim, agora vocês entenderam de onde saiu a argumentação. O roteiro também não era nenhum primor, mas eram episódios absolutamente adoráveis!
Fonte: Daily Mail

Imaginem, nos dias de hoje, um milionário sair da segurança de seu Mercedes-Benz e correr atrás de bandidos internacionais! Isso inclui assassinatos e espionagem internacional, em plena vigência da guerra fria! E mais, mesmo em uma época em que a internet era só um meio quase secreto de comunicação das forças armadas americanas, Max conseguia ajudá-los com conselhos e pesquisas POR TELEPHONE!!!!!

Não, ninguém engolia a argumentação. Nem mesmo eu, que sou troncho! Mas tudo era maravilhoso, desde o altruísmo quase irreal, até a plástica da série, que dava lições belíssimas de bom gosto e elegância. Apesar de tudo, Sheldon é um homem fino e bem formado, ele sabe diferenciar uma coisa cara de uma coisa elegante, e que as duas qualidades nem sempre coincidem. Tanto que Jennifer não hesitava em usar jóias falsas, se elas fossem bonitas e de bom gosto.

Alguns episódios isolados e saudosistas foram produzidos, anos após a série acabar. Sempre com os mesmos protagonistas, e sempre mostrando que a idade estava chegando e eles não poderiam fazer aquelas estripulias para sempre. Ainda mais na amarga e pessimista década de noventa.

Stephanie ficou viúva quase ao mesmo tempo que Robert. Ela perdeu o marido Willian Holden após ele bater com a cabeça e, em vez de procurar ajuda médica, ignorou a dor por ter se sentido bem depois. Ele perdeu a diva Natalie Wood para o afogamento. Até hoje a família de Natalie o acusa de tê-la agredido e jogado ao mar. Até hoje as sucessivas investigações o inocentam.

Algo interessante da série, útil para quem não viveu a época ou tem dúvidas a respeito, é ela ter mostrado com nitidez a transição dos anos setenta para os oitenta,
Fonte: Veja
com as mudanças de figurino, decoração do cenário, penteados e indumentária. Assistir a série com intervalos de vinte episódios, daria uma noção muito clara disso.

Houve um reencontro público dos protagonistas, em 2010, que pode ser visto aqui e aqui. Mas estrelar de novo a série, nem pensar!

Apesar de todas as críticas, merecidas, Sheldon tem uma philosophia que me agrada: A vida real é ruim o bastante, não precisamos de mais perversidade. Se for para fantasiar, que se fantasie coisas boas, oras!

Merece um filme? Sim, merece. O mundo não ficou mais doce, dos anos noventa para cá, precisamos de heróis de bom caráter, por isso mesmo eu escalaria heróis de verdade e de bom caráter para os papéis principais: Angelina Jolie e Brad Pitt, talvez com Jack Nicholson como Max.

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