sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Eu recomendo: Monsters Calling Home


É, sei que parece nome de continuação de "ET, o extraterrestre", mas não é. É um sexteto com 1/3 de beleza, quatro marmanjos e duas beldades, todos descendentes de chineses: Daniel Chae, John Chong, Jennifer Rim, Sally Kang, Joe Chun e Alex Hwang. São de San Fernando Valley, na Califórnia. Actualmente a banda é sediada em Los Angeles. Um adendo: Daniel tem uma cara de corinthiano!

O gênero, segundo os mesmos, é "gangster folk oriental" e "Jesus"(!!!), mas podemos deixar a sopa de letrinhas dos rótulos de lado e vê-los como bons intérpretes de pop-rock, com altas doses de cowntry. Conheci o sexteto pelo clipe de "Fight to Keep", gravado dentro de dois carros em movimento, pelas ruas da cidade, parando inclusive para comprar um lanche no drivre-tru. A música é pop com temperos de cowntry bem dosados, muito gostosa de se ouvir e boa de se dançar, sem precisar incomodar os ouvidos da vizinhança para tanto.

Quem tem quarenta anos ou mais, vai reconhecer o estilo do último terço dos anos setenta em, praticamente, todas as canções, característica bem enfática em "Foxbeard", uma de minhas favoritas do grupo, com um ritimo progressivo, como se os cantores estivessem chorando pela gradual perda da inocência. Quem viveu os anos setenta, sabe do que estou falando e vai se sentir tocado pelos garotos.

Longe de terem apenas talento, como se nos dias correntes fosse pouco, eles têm de demonstram intimidade com a música e com os instrumentos musicais, como em "MCH", gravada ao vivo; como todos os clipes. Quem ouve sem vê-los, pensa seer um grupo de negros do Harlen, dos anos setenta, com o som tratado e limpo por computador. Nenhuma música é muito longa, mas todas têm potencial para uns 50% a mais de duração, pelo menos.

Uma canção mais calma, intimista, é "Mr. Brightside". Tem aquela tristeza de uma saudade boa, de quem viveu os anos sessenta, viu suas promessas ruírem e desde então sente falta do que não teve. Gravada em estúdio, segue a "tradição" das demais de crescer o tom no decorrer da música, para no final descer o tom bruscamente, como um soluço de resignação.

O clipe de "Growing Up" mostra um pouco mais de cowntry urbano, bem como mostra um grupo de garotos de ascendência extremo oriental, mais americanizados do que muitos americanos alagadamente típicos. Isso é óptimo, porque foi essa gente sentimental e que fez do século XX o século da América. É uma canção muito embasada nas cordas e no ritmo centro-americano.

Recomendo o Monsters Calling Home para quem tem bom gosto, aprecia a efervescência setentista e tem a mente aberta à apreciação, depois de dançar, é claro. Eles são dançantes, não é porque as obras favorecem a introspecção que não serviriam para isso. Quem gosta de obras duradouras, que não se evaporam após a moda passar, vai gostar.






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