sexta-feira, 31 de agosto de 2012

In memoriam - Celly Campelo

Fonte da imagem: http://www.radiosatfm.com.br/blogue/

Célia foi uma moça bonita, de uma beleza singela, sem rebuscamentos, descida à São Paulo em 18 de Junho de 1942. O olhar doce e brejeiro se refletia fielmente na voz açucarada, jovial e bem afinada.
Mudou-se para Taubaté ainda pequenininha. Assim também começou a cantar, logo aos cinco aninhos, estreando com "Tico-tico no fubá". No ano seguinte, cantou na Rádio cacique, em Taubaté mesmo, onde passou a infância inteira.

O Clube do Guri, da Rádio Difusora de Taubaté, foi o início sério da carreira da menina. Investiram nela, dentro do que os recursos disponíveis permitiam. Estudou balé, canto e violão, afinal talento é insubstituível, mas sozinho não faz absolutamente nada.

Tinha seu programa de rádio aos doze anos, aos quinze dividiu um disco com Tony, seu irmão. Um lado para cada um. Celly e Tony em Hi-Fi era o título. Não havia muito espaço para títulos elaborados ou bem sacados na época, isso só aconteceu com a invasão britânica na música americana. A intenção era vender os irmãos como se fossem uma dupla, o que não funcionou.

Estúpido Cupido, que viria a ser tema da novela homônima, estourou nas paradas em 1959, após ser lançada pelo saudoso Chacrinha. Chegou actuar no longa "Jeca Tatu, do Mazzaropi. Seu sucesso era crescente, suas baladinhas doces faziam os jovens casais sonharem sem escandalizar os pais. mas durou pouco.

Fonte da imagem: http://www.dovinilaocd.com/

Em 1961 a "Revista do Rock" a proclamou "Rainha do Rock" brasileiro, embora a espontâneidade seja tudo o que há de rock'n roll em suas músicas. Se bem que são quase sempre músicas de balada, boas de se dançar, talvez isso justifique a classificação.

Em 1962 ela deixou de ser Célia Benelli Campello, para ser Célia Benelli Gomes Chacon. José Eduardo era seu namorado desde a adolescência, com ele teve dois filhos, que lhe deram três netos.

Não há notícias de problemas graves, fora do comum de uma família. José Eduardo a conhecia desde garoto e sabia o que estava levando para o altar, portanto o que esperar dela... E vice-versa.

Em 1976 a novela trouxe Estúpido Cupido de volta ao sucesso das rádios, em plena efervescência experimentalista, que originaria a discoteque, e ela voltou aos palcos. Mas sua carreira durou o quanto durou a novela. Surpreendeu pela beleza e pela voz ainda preservadas, e que a acompanharam até o fim da vida, já que muitos maridos (como voltou a ser moda) tolhiam o quanto podiam os talentos de suaws esposas, ainda que fossem o que os tivesse atraído nelas.

Fonte da imagem: http://www.dovinilaocd.com/
 Foi tão injusto, que os Mutantes mostraram ainda haver lugar para Celly no mundo da música profissional, regravando com sucesso "Banho de Lua". Quando começou a era retrô, no início dos áridos anos noventa, foi que ela percebeu o peso de sua carreira na música popular nacional, embora sempre se apresentasse como cantora de rock'n roll.

Em 4 de Março de 2003, no Hospital Samaritano de Campinas, o monstro genético do câncer a tirou de nós. O tumor passou das costelas para a pleura, obrigando-a a se submeter a cirurgias e quimioterapia pesada.Foi sepultada no dia seguinte, deixando o viúvo, casal de filhos e três netos. Foi só entçao que o público que a conheceu, percebeo o peso de sua carreira na música popular brasileira, mas então já era tarde demais.





Uma boa biographia, ver aqui.

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