sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Eu recomendo Madredeus


Ptz! Quem sou eu para recomendar ou nâo Madredeus? Jesus, perdoe este pecador presunçoso! Mas já me propus a fazer o serviço e não poderia deixar nossos amigos patrícios de fora. Vamos lá.

O miaor expoente da música portuguesa na actualidade, Madredeus (wikipédia aqui e website aqui) está na estrada desde 1985, mas estourou no Brasil quando teve uma música na abertura da novela "As Pupilas do Senhor Reitor", do SBT e "Os Maias" da Globo. A formação actual é Pedro Ayres Magalhães na guitarra clássica, Rodrigo Leão no teclado, Gabriel Gomes no acordeon e Tereza Salgueiro no vocal, e que vocal! In memoriam, Francisco Ribeiro no violoncelo. Magalhães e Leão são os fundadores do grupo, em 1986 entraram Ribeiro e Gomes, Teresa foi deecoberta em uma casa nocturna onde cantava fados.

Viram como não precisa baptizar ninguém de "Uóximtom", "Wandreclayde" ou "Wittineriusto" para o filho ser chique? Nomes em português, bem escolhidos, são o fino, ó, pá.

Seu último trabalho é a trilogia Madredeus & A Banda Cósmica, que tem um tempero condizente com o nome, com viés bem experimentalista, especialmente no vocal, tudo com classe e bom gosto. A actuação de Teresa é, como sempre, perfeita. Habituada a gamas amplas de notas e tons, ela consegue mostrar porque o Madredeus faz as músicas em sua função, e é sua a palavra final sobre o que será ou não cantado. Aqui o myspace do trabalho, vão lá e se desintoxiquem.

Apesar de serem um grupo coeso e bem sucedido, os integrantes do Madredeus têm seus projectos particulares e também encontram sucesso neles, tanto profissional quanto íntimo, o que ajuda a evitar as guerrar de egos que acometem e assassinaram tantos grupos.

A canção mais popular no Brasil é "Haja o que houver" de 1998, com clara inspiração no fado tradicional e na cultura marítima dos portugueses. Teresa faz de sua voz de sereia um instrumento musical virtual, além da função de interpretação normal; se bem que "normal" é um termo a se dar para cantorinhas normais, ela está muito acima da média.

Páginas não oficiais, feitas com carinho e capricho por fãs do munto inteiro (como esta e esta), sempre se pautando pelo respeito à obra e aos músicos, bem como a admiração platônica por Tereza; site dela aqui, onde ela apresenta com simpatia a si mesma e o local de trabalho da banda, além de seu trabalho pessoal, retomando as origens de cantora da noite, que ainda sabe interpertar com maestria.


Sua beleza fina e singela, retrato feito das donzelas portuguesas por quem suspiravam os navegadores, representa com perfeição tudo aquilo que os fundadores do grupo queriam passar, quando era apenas uma oficina musical. Beleza, aliás, de extremo refinamento à moda dos anos quarenta, com a melancolia alegre e linda que povoa Lisboa, que foi homenageada em 2004 com uma canção maravilhosa;


Todas elas, mesmo as da trilogia, têm um gosto lacrimal de saudades daqueles que têm raízes distantes e precisam se nutrir pelo tronco. Nas quatro vezes em que estiveram no Brasil, sem o alarde que nossa mídia dá o que não presta, todas as apresentações tiveram lotação esgotada, não deu para quem quis.

3 comentários:

Adriane Schroeder disse...

Amo o Madredeus desde a inesquecível série "Os Maias".

Nanael Soubaim disse...

E estarão nas próximas "Os Astecas" e "Os Incas".

Adriane Schroeder disse...

Ahahahahahaha!!!!

Boa, essa.. rssss