sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

E pra quem achou que era o fim...

“Sentimentos não se destroem da noite pro dia. Levam-se anos pra conseguir fazer desmanchar aquele coágulo de ódio, ou pra perceber que o Amor realmente foi embora, e não volta mais. Não daquele jeito.”

Era o que ela dizia, esse era o seu discurso. Me deixou estarrecido, não pelas palavras ou seu sentido, até porque era algo óbvio. Mas a segurança com que ela proferiu as palavras. A segurança de quem viveu algo que ensinou isso.


Mas o mais interessante eram seus olhos... tão vivos, tão marcantes. Não eram cheios de vida, tampouco transpareciam aquela ânsia de viver dos mais jovens, embora ela em si não fosse tão velha.



Trazia no rosto uma expressão austera, mas que não intimidava. Os cabelos, pouco arrumados, jogados pra trás das orelhas. A pele, morena. De dois dias na praia.


Ela tomou um novo gole de gim. Pôs o copo sobre a mesa, e disse:


"Mas você ainda não me contou à que veio. Apareceu por aqui não fazem nem duas horas, já me trouxe problemas, e ainda matou um cliente antigo... Afinal, o que você quer?"


"Pergunta ampla demais", pensei. Poderia dizer que era apenas mais um serviço, que eu estava só atrás de um certo informante, ou que eu só queria uma bebida gelada. O whisky escorrendo pelas prateleiras do bar era uma chateação; era uma marca boa, afinal.


Mas, naquele momento, eu só queria um copo d'água. E uma informação.


Disse: "Pode me dizer onde fica Tombstone City?"




Antes era assim..... 

A lição de Shiro Kotobuki

Não é de verdade, e daí? As das revistas também não!
Conheço muita gente que simplesmente se recusa a trabalhar. Se embrenha no meio de famílias que precisam e merecem o auxílio de programas governamentais para viver às custas do contribuinte. Gente que foge dos cursos de capacitação e faz filho a três por quatro confiando na "Cesta do Marconi". Eu conheço gente assim.

Para este tipinho não adianta, tem medo, mas não tem vergonha. Mas para os habituais leitores, e aqueles que usam esses programas para complementar seus esforços legítimos, até poderem dispensá-los, o Talicoisa apresenta uma lição de vida. Com vocês, Shiro Kotobuki.

Há muita dificuldade em encontrar material sobre este ilustrador, ainda mais se levar em conta seu imenso talento. Shiro desenha mulheres, preferencialmente pin-ups em estilo mangá. Não aquele mangá estereotipado, ao qual vendo nos perguntamos "Como é que olhos quadrados conseguem girar??!!". São desenhos suaves, graciosos, com um charme juvenil irresistível.

Tudo começou quando Shiro insistiu, há uns vinte anos, em desenhar moças. Um amigo lhe emprestou uma Playboy, que na época ainda era a boa e fiável Playboy, para ele se inspirar e treinar.
Com o uso de uma "caneta" Stilus e um tablet Wacon, ele aperfeiçoou sua técnica até chegar ao nível de excelência que vocês vêem logo acima. Seu bom gosto e olho clínico para luz e sombras lhe permitiu construir uma carreira sólida sem precisar ser conhecido pelo grande público do ocidente. Pior para nós, ao menos eu gostaria de um calendário com os trabalhos dele.



A técnica é simples, ir rabiscando e apagando até dar certo. Parece fácil? Tente para ver. Pode sair qualquer cousa que eu aceito. Agora tente fazer algo como a ilustração deste artigo. Pronto? Agora experimente fazer isto com a boca. Sim, com a boca. Shiro, há vinte anos, ficou tetraplégico em um acidente de motocicleta. O amigo que citei era seu fisioterapeuta.

Como mostra o vídeo, que vale à pena rever quantas vezes os brios mandarem, ele se vale de uma extensão improvisada para fazer seu trabalho, já que desenhar com a cara em cima da tela não dá mesmo! Isto só aumenta o grau de dificuldade.

Há quem vai dizer que "com computador é fácil". Sempre há o despeitado que perde a chance de ficar calado. Desenhar no tablet é tão ou mais difícil do que no papel. A vantagem é que agiliza muito o trabalho, e no caso o torna possível. Shiro poderia desenhar no papel, mas seria uma tarefa ingrata, pois o impediria de fazer o processo que desenvolveu, precisaria de várias ferramentas, quando aqui pode se valer de um só extensor para a caneta.

Para quem não sabe, e tem tendências bairristas, o gênio do cartum brasileiro Laerte (aqui, aqui e aqui) rabisca muito e joga muita coisa fora. A borracha é sua grande companheira do cotidiano, porque é errando que ele se aperfeiçoa. Se ele tivesse que desenhar com a boca, não tenham dúvidas, faria algo semelhante.
Apesar de ser uma técnica simples, ela é tremendamente complexa, não demanda só treino e vontade de melhorar, demanda muito talento, pois um excelente traço pode ser apagado sem que se tenha dado conta dele. Uma linha que daria baliza para um rosto inesquecível é facilmente ignorada por quem não tem o olhar clínico e o senso de feminilidade que este rapaz tem. Fe-mi-ni-li-da-de. Isto as japonesas ainda preservam muito. A delicadeza dos traços e das proporções contrasta com a emasculação compulsiva que tomou conta das personagens ocidentais... Talvez por isso mesmo seja tão desconhecido por aqui quanto é famoso no extremo oriente. Bom gosto é página virada na cultura pop americana.

Shiro se aperfeiçoa sempre, ele não aceita estagnar assim como não aceitou as limitações que a tetraplegia lhe impôs. No dia em que apresentarem um programa no qual se pode desenhar directamente em 3D, tenham certeza de que ele será um dos primeiros a fazer o curso e comprar o software. Arte e Cultura não estagnam, ou apodreceriam e se tornariam dogmas.
Decerto que o que ele faz é para os poucos com talento imenso e intenso, ambos ao mesmo tempo. Mas chegar ao nível técnico dele e fazer bons retratos depende menos de nascer do que de desenvolver. Para quem não tiver preguiça, Kotobuki é uma inspiração viva.

Dêem uma olhadela no que ele faz. Ele não é egoísta, dá para baixar seus desenhos sem medo, mas é favor que seja para uso próprio: O blog de Henrique Minatogawa, que fala bem sobre o assunto (aqui e aqui) e o site de Shiro (aqui).

P.S: Os últimos artigos são exclusivos do Talicoisa, para o Palavra de Nanael (link ao lado) os textos são outros.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

A nova Mulher Maravilha... nem tanto.

Lynda Carter. A Mulher Maravilha por excelência
A patota do Alcatéia.com chutou e eu passo para vocês em uma apresentação maias ranheta. Escolheram finalmente a nova Mulher Maravilha, mas não sei se é realmente uma boa notícia.
Para quem não teve a experiência (muito rica de um lado, mas traumática por outro) de viver nos anos 1970, dou um resumo.
A heroína criada em 1941 (aqui e here) pelo inventor do detector de mentiras, invadiu a telinha de 1975 a 1979, vivida pela exuberante e ainda bela Lynda Carter (aqui e site oficial aqui). O site oficial, aliás, é de um charme e um bom gosto raríssimos entre as actrizes de hoje, inclusive com música de fundo de sua própria voz. Vale à pena visitar o dito e os perfís da moça nas redes sociais, para quem tiver. Aqui o vídeo do início da série, Ela era uma versão mais inverossímel de As Panteras, com super poderes e quetais, mas como elas representava a mulher moderna, forte e independente que todas queriam ser, mas poucas eram de facto. especialmente porque todas estas conquistas vinham acompanhadas de uma beleza muito acima da média,
Até o início dos anos 1980 as reprises ainda davam altas taxas de audiência. Abaixo uma mostra do que nós viamos e com o que nos aprazíamos. Os efeitos eram simples mesmo para a época, por isso a preocupação com o enredo e o roteiro era maior.

Bem, os tempos mudaram e a agressividade foi adicionada como ítem de beleza, na marra. Adrianne Palick (notícias aqui, aqui, aqui, aqui, here e aqui o site oficial)  foi escolhida como a nova intérprete da heroína. E talvez tenha uniforme novo... heresia!
Não adianta dizer que a moça é bonita, mas longe de ser a beleza clássica que a princesa das amazonas exige, que Lynda Cárter ainda hoje dá troco, que ela não tem cara de heroína da era de ouro dos gibís. Inútil dizer que não se gostou, e eu não gostei, porque ela já foi escolhida e não tem volta. Resta torcer para que não façam à Diana Prince o que fizeram ao Super Homem, enfraquecer para parecer mais humano em vez de fazer um enredo que preste para o personagem. Abaixo uma amostra do trabalho da moça.
Apesar de nova, nasceu em 1983, não é exactamente uma novata. Entre suas participações em televisão temos também Smallville e Supernatural. O problema é o trabalho que se terá para adaptá-la ao papel, caso pretendam manter a integridade da personagem, porque algo importante já mudaram. originalmente ela é uma agente do governo, uma militar na segunda guerra, na primeira fase, e uma agente da inteligência dos anos setenta na segunda fase. A "nova" será presidente de uma corporação... Pode parecer pouco ou quase nada, mas o papél original mostra o que é a heroína, que abdicou dos privilégios de princesa para ingressar sem nenhum status no mundo deturpado dos homens. Como empresária eu não tenho certeza se o caráter será mantido, ou se ela aproveitará isto para caçar especuladores plantadores de crises internacionais. Quase improvável.

Adrianne Palick

Não serei injusto com a moça, ela é bonita, não é pior do que nenhuma das actrizes das novas gerações, talvez até surpreenda se tiver disciplina. Já posou em "ensaios sensuais", o que significa que está em boa forma física, mesmo que o photoshop tenha sido necessário. Como a imagem mostra, um pouco de tintura resolve o problema de cabelos louros, enfim, a aparência de garota antenada, que nada tem a ver com a heroína, não me preocupa. O que realmente me preocupa é a produção, que sempre tem ciúmes de personagens da estirpe da Mulher Maravilha, que já se tornaram bem maiores do que os estúdios que já os filmaram. E nossa heroína é muito maior do que os estúdios, do que as emissoras e do que as editoras picaretas que publicam versões emasculadas, para adolescentes viciados em agressividade. É fácil fazer um bom trabalho com um personagem assim, tanto quanto arruinar a reputação de toda uma equipe de filmagem.
Para quem não tem noção do prestígio da Mulher maravilha, existe até o Wonder Woman day (see here) bancado pelo Wonder Woman Museum, see here.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Restô Dontê Requentê

Faz alguns dias que nosso querido Nanael me cobrou uma análise sarcástica da atual novela das nove-e-tanto, Insensato Coração.

Ocorre que, depois do absurdo insosso que foi a risível Passione, fiquei um pouco amortecida, sem saber direito como começar a criticar sua não menos insípida substituta.

O próprio Nanael já desancou as novelas de um modo geral, Luna já disse com todas as letras que não as assiste mais, eu já falei das mocinhas, dos lugares comuns e etecétera.

Agora está reprisando a novela O Clone, uma trama improvável ambientada no início dos anos oitenta em que um cientista clonava um ser humano quando nem reprodução assistida tinha no Brasil e que falava da ovelha Dolly, uma década à frente da ambientação novelística. E, com péssimas interpretações de Vera Fisher e outros canastrões, ainda me parece muito melhor do que suas sucessoras.

O que está ocorrendo é o desgaste de certas fórmulas, um sabor de requentado, um dejavú constante. E parece que até mesmo os atores repetem o mesmo papel que fizeram.

Mais ou menos um eu-sei-o-que-vocês-fizeram-na-novela-passada, que aqui apelidei de "requentê sivuplê", que parece ser a essência de Insensato Coração.

Vamos aos exemplos:

1. Jovem sofre acidente e fica com sequelas que o colocam na cadeira de rodas. Na novela anterior a Passione, a não menos insuportável Viver a Vida, tinha uma personagem com essa exata descrição.

2. Irmãos que são opostos: um é sério, batalhador, o outro é festeiro, irresponsável. Também em Viver a Vida.

3. Homem que anda pra cima e pra baixo com a amante mais jovem e a filha dele acoberta as safadezas . Vi isso ocorrer direto desde Quatro por Quatro, uma das primeiras com o tema.

4. Mulher que tem tudo roubado pelo homem que ama e descobre que ele não passava de um grandissíssimo canalha. A mais recente foi Duas Caras.

5. A alpinista social boa gente, gostosa, piranhazinha de bom coração, desastrada, muito querida. Temos diversas na categoria; a mais recente, por incrível que pareça - ou não - foi vivida pela mesma atriz, Débora Secco.

E não fui só eu que notei essas semelhanças.

Mas acho que todo mundo tem sua dose de saturação de comida requentada. Pelo que fiquei sabendo, a novela será encurtada. Eles juram que é por causa do roquenrio, mas minha teoria é outra. Pelo visto, o "Restô Dontê Requentê" não está agradando.

Mas acho que Fio há de gostar das imagens abaixo. E não apenas ele.



Débora:
bonitinha, mas repetitiva.
Esquerda: Darlene (Celebridade)
Direita: Insensato Coração (Natalie Lamour)







Minha crítica, aliás, também tem um sabor de restos de ontem requentados ( o famoso restô dontê requentê). Mas as novelas em geral e esta especificamente também nem colaboram!

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Requentando As Panteras


As policiais
 Estreou em 1976 a foi até 1981.
As Panteras, Charlie's Angels no original, dava glamour e amenidade ao problema da violência crescente em que os estados unidos viveram do início dos anos 1970 até meados de 1980.
O elenco original era formado por Jaclyn Smith como Kelly Garret, Kate Jackson como Sabrina Duncan, Farrah Fawcett como Jill Munroe. Sabrina era a minha preferida, mas eu sempre fui exêntrico. O trio era auxiliado por Bosley, que gerenciava a agência de detetives para Charlie, que nunca aparecia senão em voz. Nem mesmo as estrelas de sua equipe o conheciam.
As actrizes eram amigas, mas desentendimentos com a directoria fez Farrah pavio curto sair da série, seguida por Kate. Só Jaclyn foi até o fim. Mas havia uma participação especial vez ou outra, ninguém virou inimiga mortal de ninguém.
O mote, aproveitando o tsunami de violência urbana já citado, era o de três garotas bonitas e sedutoras dando pau em marmanjo, manejando armas de fogo com perícia e resolvendo mistérios com mais inteligência do que se pode esperar da burocracia policial. Pois as personagens eram policiais já cheias de suas funções quando foram chamadas a trabalhar na agência. Ver mais nestes links aqui e aqui.
Embora não houvesse as acrobacias incríveis, as cenas de tiros incríveis e as explosões incríveis, a série era repleta de ação e emoção. Quando digo "incríveis" é no sentido de "não dá para acreditar, isto é ridículo demais" e não o sentido legal da palavra. O sentido legal a série original tinha. Mesmo com reprises a inteligência e dissimulação de Sabrina me encantavam, bem mais do que sua beleza e as das colegas, que faziam gente babar diante da televisão. Elas se tornaram modelos de comportamento para a época, que se estendeu até início dos famigerados anos 1990, em que a vulgaridade e a agressividade passaram a dar status. O mais interessante é que elas estavam sempre do lado certo, ou seja, estavam caçando o criminoso e não se aliando a ele, como muito acontece hoje.
Aqui o vídeo do piloto:



Elas se reencontraram à mídia em 2006, para celebrar os trinta anos da série que até hoje tem reprises e fãs pelo mundo inteiro. Foi a última aparição em trio de Fawcett, que descansou em paz após esfregar na cara feia do câncer que não tinha medo dele. O reencontro foi este, e como sempre "Sabrina" tomou a frente:



Bem, depois dos dois longas "As Panteras", que bem poderiam se chamar "Barbie's Street Figthers", agora estão trabalhando para requentar a série. Não, não é mais um filme, é uma série, que ao contrário da original se passará em uma praia da Califórnia. Decerto que haverá mais biquini do que roteiro, desta vez.

As detentas
 As escolhidas são Aline Ilonzeh, Minka Kelly e Rachael Taylor. Detalhes aqui.  Outro detalhe é que em vez da academia de polícia, elas sairão da cadeia, subvertendo completamente a idéia original. Das moças escolhidas é desnecessário dizer que não as conheço, bem como haverá uma versão em animação politicamente correcta metida a engraçada/descolada, com muita "ação e azaração". Os pais podem firmar o pulso ou começar a guardar dinheiro, porque o marcketing vai incluir bonecas liberadas/descoladas que não se parecerão nem um pouco com as actrizes, mas serão vendidas como se parecessem.
Aparentemente o que se salva da série original é a incógnita de Charlie, que continuará se comunicando pelo mesmo comunicador da série original. Alguma expoicação? Tenho uma, o comunicador de época é analógico, à prova de vírus e muito mais difícil de rastrear do que as modernidades digitais.
Uma cousa é verdade, Anjos como as originais, só mesmo elas. As Panteras com o glamour e a satisfação ao fim de cada episódio, só pelo youtube. Só na saudade.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Solução do jogo

Depois de um primeiro post meio confuso e da ajuda do Nanael para arrumá-lo, segue a solução do jogo.
Na resposta, vai o apelido que dei à imagem no post anterior e o termo de busca que levou a ela.

c) cobra no porta-malas - UMA
g) mapa - IMAGEM
f) montanhas - VALE (não é a primeira da busca, que remete a uma logomarca)
h) rapaz na praia - MAIS (não é a primeira da busca, que remete a uma logomarca)
a) moça com robô - QUE
e) carrinhos - MIL
d) escritos em preto-e-branco- PALAVRAS
b) segurando pela janela - UMA IMAGEM VALE MAIS QUE MIL PALAVRAS

Como vocês podem ver, o Gugou não tem lá muito critério em associar termos. Ou será que são as pessoas?


Pelo menos, ao buscar por "solução do jogo", apareceu uma solução de um jogo.

Em breve, voltaremos à programação normal.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Disciplina não é terror


Infância tem que ter cor, cheiro e sabor.
 Há nos Estados Unidos um movimento chamado “Mães-tigre”, que em resumo tentam moldar os filhos na marra às suas expectativas. Proíbem que brinquem, que tenham amigos, que expressem suas preferências. Exigem que sejam sempre melhores que todos os outros em que circunstâncias forem, sob pena de punições severas. Devem tirar sempre dez, só entrar em uma brincadeira para vencer, só voltar para casa com medalhas de ouro.


Quem pensa que me conhece até acredita que eu aplaudo isto. Pois eu deploro.


Há uma diferença aparentemente tênue, mas muito sólida entre disciplina e neutralização da personalidade. Isto é o que estas mães chinesas estão fazendo. Elas querem que os filhos realizem os sonhos delas, que sejam o que elas querem que sejam, danem-se os petizes e seu sofrimento. Querem que sejam formados em Harvard e em primeiro lugar.


Direi o que essas mulheres estão fazendo, estão transformando crianças em monstros insensíveis ou em bonecos de marionete sem personalidade. Não dá para todos eles serem o número um, simplesmente porque só há um lugar. Estas crianças se acostumarão a ver qualquer pessoa como uma ameaça ou inimigo, que deve ser subjugado ou eliminado. Até Wallstreet está vendo com maus olhos o excesso de competição, que acaba arruinando as empresas por dentro, pela rivalidade que gera entre os funcionários. Competição é boa em certos lugares, certos horários e até certo ponto. Exigir que a pessoa seja melhor do que todos em tudo, desde a mais tenra idade, é patológico. Só para constar, mamar não é fraqueza da criança.


Para quem não sabe, nos países (como China, que certamente incentiva este disparate) autoritários, onde esta prática é tolerada pelo Estado, o índice de suicídio de crianças é imenso, e ninguém estranha. Brasileiros que viveram lá por algum tempo descrevem horrores medievais à psicologia das crianças. Formam soldadinhos prontos para fazerem o que seus comandantes ordenarem, sem contestações... Ditaduras fazem isto sem o mínimo de vergonha. Não quero iniciar uma teoria de conspiração, mas estas mães chinesas estão me parecendo muito bem orquestradas. Formar levas de pesquisadores em universidades realmente de ponta, como Harvard e Princeton, é o sonho de toda ditadura. O facto de as crianças rapidamente perderem totalmente a vontade de viver não importa a esta gente. Ditadura é sempre igual, de esquerda, direita, de cima ou de baixo, elas são todas iguais.


Vou falar de dois gênios da humanidade, sem os quais o mundo de hoje simplesmente não existiria. Einstein foi considerado um aluno medíocre e pouco inteligente. Gostava de divagar por horas e estava longe do que as tais mães-tigre querem que seus filhos sejam. Ele era considerado distraído e os professores não viam nele um futuro que valesse à pena. Pois o aluno medíocre e pouco inteligente calou as bocas dos céticos de sua época, provando que a matemática newtoniana não poderia ser aplicada além de certos limites. Graças à Deus as antas nazistas não deram crédito ás pesquisas de um judeu desengonçado.


Edison se irritou profundamente com a rigidez (não confundir com rigor) com que os reverendos “ensinavam” às crianças, impondo tudo sem se importar com as diferenças de capacidade e modo de aprendizado de cada uma. Foi chamado de preguiçoso e o resto nós sabemos, passou a estudar em casa, sob a tutela da mãe. Embora exigisse resultados, ele nunca pressionou seus colaboradores como as mães-antas fazem com suas crias. Edison tem mais de mil patentes. Sua importância para o mundo foi tamanha, que sua morte, em 1931, fez os Estados Unidos apagarem suas lâmpadas por um minuto.


Todas as pessoas felizes e bem resolvidas que conheço, e de quem ouço falar com alguma profundidade, tiveram em suas infâncias o equilíbrio do rigor com o lazer. Elas tiveram lazeres, fizeram besteiras, aprenderam com seus erros e pagaram por eles na medida do razoável. Tornaram-se adultos felizes e úteis à comunidade. As mães-mongas se esquecem, talvez nem se importem, que é brincando à sua maneira que a criança aprende a ser adulta. A brincadeira é uma preparação para as obrigações da vida adulta. Aos que não sabem, digo que em colégios militares, à margem do que a disciplina rigorosa pode aparentar, os alunos brincam durante os recreios. Os soldados mesmo, nos quartéis, têm vários momentos de descanso e lazer. Por que? Porque um bom comandante sabe que o esgotamento físico é um inimigo traiçoeiro, que pega a tropa desprevenida ao menor descuido de seus oficiais. E mais, soldado feliz é soldado motivado, disposto a dar mais do que simplesmente sua obrigação pela pátria e pelo seu povo. Ok, podem tocar o hino da independência, fui fundo nisto. Mas é tudo verdade. Não, não sou militar.


O que me parece, é que essas parideiras querem ter alguém que lhes permita olhar os outros de cima, querem que os filhos sejam seus pedestais. Se importam somente consigo mesmas. Pela intimidade que adquiri com o tema “política”, acredito piamente no incentivo estatal natal a este comportamento.


Quando ouvi falar pela primeira vez a respeito dessas mulheres, acreditei que talvez fossem úteis à cultural negligência dos americanos na disciplina de seus filhos. Pois o que as imbecís estão fazendo é somente revoltar as mães e dando corda para as relapsas, que a esta altura do campeonato já vasculharam a internet e têm dados para sustentarem o modo solto com que criam seus filhos. Crianças precisam de limites, sim, mas também para suas obrigações. Elas devem aprender a escolher seus caminhos e arcar com eles, devem aprender a cair e se levantar, errar e corrigir seus erros, aprender com os erros para acertar, tudo isto antes dos dezesseis anos, porque depois não haverá mais margem para ensaios. Crianças que só aprendem a receber ordens são pratos cheios para corruptos e fanáticos, enxergam em sua competitividade desmedida qualquer um como obstáculo a ser superado. Em dado momento a mãe-mula também pode ser vista como obstáculo.


Lembrei de outro exemplo, Bill Gates. Para quem acha que liberdade de expressão e escolha fada a criança ao fracasso, nunca ouviu falar deste homem. Não imagina o ambiente de trabalho que há em suas empresas e o quanto ele se tornou útil à humanidade, financiando pesquisas de medicamentos e tratamentos para doenças, tudo a fundo perdido. Gates, em um discurso em 2007 deixou claro seu descontentamento para com a frouxidão da educação das crianças americanas, mas me consta que ele respeita as decisões e escolhas de seus filhos, e faz tudo o que pode para que eles aprendam enquanto podem os valores que quer passar, porque de sua fortuna eles verão no máximo dez por cento. Algum jornal anunciou maus-tratos ou privação de liberdade na família Gates? Eles estão sendo bem preparados, com a disciplina e o carinho de que precisam. Não um ou outro, mas ambos. Mas claro que isto não interessa às mães-de-rapina, elas querem que os filhos sejam úteis somente aos seus propósitos, e aos do partido. Ninguém me convence de que não há mão política nisto.


Rigor e respeito não são antônimos. Respeitem-se os limites de cada fase da vida, dêem a disciplina de que a criança precisa e até pede de modo subjetivo, sejamos pais e não simplesmente pagadores de mesadas ou torquemandas para nossos filhos. Método e organização são bons alicerces para educar uma criança, isto eu vi na prática, não em livros retóricos de gente que se tranca em laboratórios e tira conclusões alheias à vida que corre aqui fora. O estilo varia muito, pois pais e filhos são pessoas, portanto diferentes entre si e dos outros. Não se pode esperar que um Homer Simpson aja da mesma forma que Johathan Kent,  mas ambos podem ser bem sucedidos na criação de seus filhos. Certo, não dá para comparar Clark a Bart, mas dentro do que cada um pode ser útil, este também pode ser bem sucedido. Ele pode ser um diplomata, com toda a malandragem que lhe é particular, enrolaria todo mundo e não cairia nas armadilhas típicas do ramo.


Deixem as tigresas nas selvas. Na civilização as crianças precisam de mãe-gente.

Esclarecimento: Por conta do assunto sério e urgente, este texto foi compartilhado do Palavra de Nanael.

Series, TV e Cinema: LULU ESTÁ DE VOLTA

Nossas preces gibizeiras deram frutos! A patota do Alcatéia.com anuncia a volta da verdadeira Luluzinha! Para quem chegou agora, eis o texto de 20098 aqui.

Series, TV e Cinema: LULU ESTÁ DE VOLTA

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Ditados populares ilustrados (jogo!)

Brincando com as ferramentas internéticas, pensei em algo diferente mas que remete às minhas pesquisas gugólicas de praxe.
Pegarei a primeira imagem na busca do gugou para cada palavra de um ditado popular; caso seja uma logomarca ou propaganda, será a próxima palavra da busca. Se der certo, faço outras vezes.
A brincadeira mostra o quanto a busca pelo gugou pode nos surpreender.
Aí vem o jogo: cabe a vocês descobrirem - sem guglear- qual imagem corresponde às palavras do ditado de hoje.
Regras:
1. Cada imagem se refere a uma das palavras do ditado "uma imagem vale mais que mil palavras".
2. São são sete imagens para as palavras do ditado e uma para o ditado todo.
3. Uma delas é do ditado inteiro e duas delas não são as primeiras da busca.
4. As imagens (não estão na ordem das palavras):

a) moça com robô;
b) segurando pela janela
c) cobra no porta-malas
d) escritos em preto-e-branco
e) carrinhos
f) montanhas
g) mapa
h) rapaz na praia

Valeeeeeeeeendo!