terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Serviço de Atendimento ao Leitor - Estréia

Ler é como dançar, demanda prática e observação disciplinada.
Caros leitores, por questões da mais absoluta necessidade, estou criando o SAL, Serviço de Atendimento ao Leitor. Não que o Talicoisa seja sem sal, mas o arroz estava saindo doce e eu coloquei mais uma pitada, para ficar no ponto.
Que necessidade seria esta? Resposta: Leitores que não sabem ler.
Faz algum tempo que o Fio fez um texto, um ensaio psicológico de grande competência, e citou alguns homens comuns e falíveis que têm torcedores, especialmente ateus radicais, que os consideram deuses e não admitem que alguém não concorde com suas opiniões, que foram publicadas sob forma analítica em livros muito bajulados nas academias. Estes ateus o encontraram e encheram-lhe a paciência, quase que com uma inquisição materialista. Para mim, são apenas homens.
Pois, caros leitores, encontraram também a mim. Em Fevereiro de 2010 fiz um texto compartilhado, em Junho do mesmo ano apareceu um sujeito que não leu a contento, se colocou no balaio que não lhe cabia e teceu o seguinte comentário:

"Luciano disse...


Por que crucificar a nós, homens, supondo que todos nós somos culpados de agressão, traição e subjugação? Por que essa injustiça?

Estou em vias de casar-me com uma mulher maravilhosa, a qual respeito e quero bem, embora não haja como uma cachorrinho submisso à vontade feminina, como os "homens" de hoje. Não sou um escravo, nem do lar, nem da relação, mas sei tratar minha futura esposa com dignidade e respeito, como se deve tratar a alguém que se quer bem. Dividimos as tarefas de casa, conforme tempo, habilidade e disponibilidade, planejamos ter um filho e criá-lo bem (ao invés de ter uma penca e ter que dar a eles uma educação meia-boca e uma vida mediana). Ganho menos do que ela com carteira assinada, mas faço outras coisas para aumentar os ganhos e fazer com que tenhamos uma vida confortável, de modo que nossos ganhos se equiparam. Contudo, ela assume a necessidade de se ficar junto, de uma mulher que precisa, como todas as outras, de um homem, assim como o homem dela precisa; pois ambos são metades de um só ser. Iguais no ser, no ter e no fazer; sem chauvinismos, que são atributos dos dois gêneros (qual foi a mulher que nunca fez uma piadinha idiota e preconceituosa sobre homens?) nem a velha cena de um idiota submisso se jogando aos pés de uma bruaca que talvez lhe tome todo o dinheiro e a vida e os filhos pra depois ainda lhe sapecar uma pensão (a lei brasileira superprotege a mulher, dando-lhe regalias fora do princípio da igualdade).

Vamos deixar de lado esse chauvinismo pseudo-feminista de comercial de cosmético barato e assumir o que os gêneros não querem: a necessidade de um para o outro, a necessidade mútua.

1 de junho de 2010 13:24"

Agora vocês leiam este texto aqui, intitulado "Ah, Amélia" antes de continuar com a leitura desta resposta.

Leram? Então responderei ao leitor Luciano, que nunca mais deu as caras. O senhor com certeza não leu o texto. Não mesmo. Nele eu falo às mulheres que se submetem às vontades de um machão cuja cabeça pensante é a de baixo. Se ler com a devida atenção, cousa que todos os outros leitores deste e do outro blog fizeram, verá que eu estimulo as amélias a se casarem com quem querem, mesmo que a pessoa ganhe menos. Eu disse que o povo vai falar de qualquer jeito, faça ela a vontade alheia ou não, então que ouça o falatório nos braços de quem ama.
Eu não me referi ao senhor e não generalizei, me referi ao machista, aquele que subjuga, agride e trai se achando no direito natural de fazê-lo. Tuas palavras, diluídas em teus protestos, provaram que o senhor não veste a carapuça, pelo que não deveria falar a mim como se a tivesse imposta. O senhor é que generaliza sem conhecimento de causa, quando diz "homens de hoje" e que a lei superprotege a mulher. Faça uma visita a uma delegacia especializada para ver o quanto elas precisam desta proteção, que ainda tem aplicação precária. Eu não disse em momento algum que um homem deveria se comportar como um cãozinho, tiraste de tua cabeça revoltada palavras que eu não publiquei. Quanto às suas crenças de "um só corpo" e afins, não me dou o trabalho de discutir, mas aplaudo a decisão de criar com decência um só filho, em vez de minguar recursos para um time de futebol com que os machistas tanto sonham, sem se importarem com quem vai parir, amamentar e criar os petizes. Nisto o senhor combinou como uma luva com o que eu escrevi, e com o que os outros leitores entenderam.
Chauvinista pseudo-feminista é a vovozinha. O senhor não me conhece do mesmo modo como não leu o texto, mas simplesmente encontrou trechos que o desagradaram, em vez de ver o contexto e nos fazer uma pergunta, em caso de dúvidas.
Assim, senhor Luciano, espero realmente que seja para tua esposa o que disse que seria.
Em tempo, eu sou homem. O facto de eu compreender a alma feminina não significa que o texto seja de uma mulher.

Aos leitores habituais, este amigo se coloca à inteira disposição para toda e qualquer questão a respeito do que escrevemos, pois saímos à chuva para nos molharmos. Só peço paciência e respeito no que nos for colocado.

2 comentários:

Adriane Schroeder disse...

Muito bem dito!

Nanael Soubaim disse...

Xarope eu só aceito contra a tosse, e olhe lá.