sábado, 22 de janeiro de 2011

Pau no Zé Colméia


Vocês já viram cara mais sem-vergonha?

Mal estreou e já tem gente lamentando o estrago que os vícios dos novos tempos fizeram ao filme. Todo mundo vê na hora que o Zé Colméia vai salvar o parque Jellystone da devastação ambiental. Os mais críticos, saudosos e puristas, reclamam que a dupla Zé colméia e Catatau ficou em segundo plano. A maioria discorda.

Emprestando um pouco da beleza de Anna Faris, de "Todo Mundo em Pânico", a trama se desenrola com o guarda Smith (guarda Chico para nós, na pele de Tom Cavanagh) e a documentarista Rachel, vivida pela actriz tentando salvar o parque, deficitário, de ser transformado em loteamento por um prefeito corrupto... Não, o filme não foi rodado no Brasil.
A maior reclamação é que a transferência dos curtas de animação par a película roubou, nem se poderia esperar outra cousa, a pitada de malandragem e ação que os desenhos animados ofereciam. Que os humanos ganham holofotes demais e o roteiro dos ursos foi descuidado. O par romântico, aliás, garante o carisma de que os reclamões sentem falta.
Decerto que o politicamente correcto, deturpado como tudo o que cai em mãos de radicais rançosos, tira carisma e decepciona quem espera ver um clássico na sua melhor forma. Afinal até o Pica-Pau ficou chato, previsível e plastificado nos últimos anos, tanto que as reprises da Record batem facilmente as novelas da Globo, imaginem o desenho novo. Dá para se dar razão aos decepcionados? Sim, um pouco de razão, afinal eles conheceram o desenho em sua melhor forma e certamente se viciaram nas tramas que, embora fossem parecidas, nunca eram repetitivas. Nisto o espírito dos desenhos supera muito um filme. Mas vamos aos factos. Zé Colméia foi lançado no fim dos anos cinqüenta, com os Estados Unidos como líderes incontestáveis da humanidade, mesmo a extinta União Soviética se enchia de dedos para tratar com os americanos, tanto que a ONU foi fundada em Nova Iorque, não em São Petesburgo, antiga Leningrado. Assim vocês podem imaginar o clima de optimismo que havia na época. Assim, um desenho feito para crianças era fefito só para divertir, a mensagem subliminar de que é bom manter a natureza vinha no sidecar. Sem compromissos, até porque de responsabilidades as escolas da época se encarregavam de encher as crianças, ao contrário da negligência de hoje, os petizes podiam se dar ao luxo da displicência quando viam televisão, e os roteiristas não se preocupavam senão em ser engraçados e carismáticos para seu público. Bem, os tempos não são os mesmos, a América não é a mesma e as crianças também não. Vamos deixar de ser xaropes e levar o contexto em consideração. Os curitibanos, que têm fama de ranzinzas, adoraram e indicam o filme. Site oficial.
De resto, os ursos estão perfeitos, os movimentos foram captados de actores reais e a cara sem-vergonha do Zé continua exactamente a mesma. Rende boa diversão? Rende. Vale o ingresso? Vale. Vão lançar brinquedos inspirados no filme? Podem ter certeza! Para quem quiser, existe ainda um jogo (game) do Zé Colméia aqui, baseado no desenho. Com a boa bilheteria e a manifestação do público, a Warner vai corrigir os erros, basta que vocês vão lá e digam que querem tudo a que têm direito. Reclamem aqui.

Sem tanto alarde, o filme Os Smurfs (site oficial) também estreou e está agradando até mais. Os gnomos azuis vão parar em Nova Iorque e, bem, depois continuo. Outro filme, outro artigo.

Agora vejam vocês! Nanael Soubaim, avesso à mídia e à exposição, virando crítico de cinema... Talicoisa. Ano novo, fase nova.

4 comentários:

Renato Rodrigues disse...

Heehheey, Nanael é mais esperto que a maioria dos ursos!

Nanael Soubaim disse...

E mais alto que a maioria dos smurfs.

Adriane Schroeder disse...

Aahhahaha!
Adoro Zé colmeia, Catatau, a turma toda!
só odeio quanod eles o colocam dirigindo naves espaciais, sendo detetive, dirigindo uma arca voadora.
É chaato!

Nanael Soubaim disse...

A arca foi uma boa tentativa que descaracterizou o boa-vida, mas era bastante educativo, embora eu acredite que dê para educar e ter participações especiais sem sair de Jellystone.