Como faz tempo que não faço uma lista, resolvi elaborar uma pequena, com coisas que aprendi com a ficção. Não se espantem pela tosquice, eu era uma criança sem acesso a cinema, leitura de qualidade e afins. Definiram minha infância e adolescência nos anos 70-80 o SBT, Sessão da Tarde e congêneres.
quarta-feira, 28 de abril de 2010
Coisas que aprendi com a ficção
Postado por Adriane Schroeder às 15:44 6 comentários
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sábado, 24 de abril de 2010
Ditadura dos Coitados
Urbano está amargurado. Jamais tinha entrado em uma delegacia, imagine figurar como réu em um tribunal. Seu único crime foi ter dito "É só deste pretinho eu gosto", no pátio da faculdade, mostrando o Phebo Patchouli que comprou e usa desde criança.
Postado por Nanael Soubaim às 11:06 2 comentários
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sábado, 17 de abril de 2010
Como envergonhar um país
Quando for encomendar um carro de representação, esqueça que a indústria genuinamente nacional pode providenciar um do jeito que se quiser, vá directo para um importado sem dar satisfações. O mesmo se precisar de um avião novo, afinal, quem já ouviu falar de um filme estrelado por um Embraer? Esqueça que na segunda metade dos anos 1970 nós conseguimos construir um computador totalmente nacional, sem um pitaco estrangeiro sequer, ainda que defasado na época, foi conquista de um país que então não recebia pelota nenhuma do primeiro mundo. Se é daqui, não presta e ponto, e humilhe publicamente quem discordar.
Entidades tradicionais devem ser esquecidas, servir apenas para cabide de empregos. O povo precisa perder totalmente a confiança em autarquias tidas como felizes excessões, em um país carente de bons serviços. Afinal, se o povo não confiar, não vai usar e o pessoal beneficiado terá que trabalhar (ainda) menos. Alardeie investimentos que jamais chegarão aos finalmentes, fazendo que que seja palavra contra palavra, quando a imprensa desmentir.
Soluções maravilhosas como trólebus não são essenciais, ao primeiro problema que um só der, terá o pretexto para desactivar ao menos a maioria. Nem pense em disseminar o meio de transporte pelo país, o povo ficaria orgulhoso de ser brasileiro. É para tirar quase todos das ruas e deixar o restante ser sucateado. Ferrovia? Não me faça rir. Alavancaria o país em três tempos e o povo passaria a gostar de ser brasileiro.
Aeromóvel? Nem pensar. Lembre-se, é invenção brasileira, então não presta. Além de ser muito simples e confiável, não geraria os problemas sérios de que precisamos. Deixe tudo o que nossos pesquisadores conseguiram sem apoio nenhum cair no esquecimento, para que algum estrangeiro consiga a patente por uma ninharia e se vanglorie, depois importe a "inovação".
Faça piadinhas impróprias e sem fundamentos, como chamar escancaradamente os portugueses de burros, dizendo diante das câmeras que eles não produzem nada e não têm senso de humor, ou ainda faça piadinhas de nazismo em solo alemão, é vergonha nacional garantida, principalmente se vier de uma pessoa pública. Nem precisa sair do país, na verdade, demonstre toda a tua ignorância dizendo que Cuiabá é a capital de Goiânia, prove toda a tua futilidade tecendo comentários sobre tribos indígenas e passagens de boiada no centro da cidade.
Aliás, louve a ignorância, não só a falta de diploma. Menospreze a philosophia, tratando-a como conversa de gente metida a besta. Fale palavrão diante das câmeras sem motivo algum, só para parecer descolado, macho, autêntico ou outra desculpa esfarrapada que estiver em voga. E como conhecimento e cultura são supérfulos, defenda menininhas mimadas que se prostituem por prazer e incentivam à prostituição. Afinal os trouxas que se aprimoram e trabalham sustentam tudo isto, já que não têm tempo para verem as asneiras que vocês fazem. Incentive seus filhos ao descaso com a educação, já que a escola é obrigada a passá-los de qualquer jeito mesmo.
Se um Secretário de Estado vier preparar a vinda do Chefe de Estado ou Governo, esnobe sem dó, nem olhe na cara. Diga que só fala com quem é do seu nível. Se for espectador, aplauda como se fosse uma demonstração de liberdade nacional perante o imperialismo estrangeiro junto à comunidade mundial ao nível de ideologia no contexto com gravura. Invente uma besteira qualquer, é preciso justificar o vexame para incentivá-lo.
Alimente estereótipos. Rio de Janeiro é bunda de fora, Salvador é preguiça, São Paulo só tem gente malcriada e arrogante, Porto Alegre é gente fria e insensível, Belém é terra de ninguém e o Brasil é só litoral. Rico e pobre não podem ser amigos, homem e mulher só podem ser amantes, quem não gosta de futebol não tem direito de ser homem e todo praticante de artes marciais é marginal. Mas tudo isto em público, é preciso disseminar a alienação em rede nacional, para que as pessoas passem a tomar tais cretinices como normais. Diga que meninas de quinze anos já têm bundão e peitão, então deve ser certo um homem maduro transar com elas, na verdade é obrigação do sujeito. Dane-se que suas cabecinhas ainda sejam de meninas, guie-se pelas aparências e por sua torpe capacidade de julgamento.
Proteste contra a ditadura que terminou já há um quarto de século, talvez tu nem tenhas nascido ainda, mas faça vistas grossas de o governo se aproximar de regimes totalitários sangrentos, depois saia por aí berrando palavras de ordem. Se tua praia for a de direita, tudo bem, faça exactamente o mesmo, só que trocando de lado, dará na mesma, fará a Pátria Mãe Gentil enfiar a cabeça no avental de vergonha. Tudo isto com divulgação, de preferência via internet, para o mundo inteiro ver o quanto brasileiro é idiota.
Chore de ansiedade pelos próximo elenco de algum reality show, quanto mais permissividade e baixaria melhor, mas não dê a mínima para os apelos de iniciativas nobres e sem fins lucrativos. Gaste os tubos com ligações para microphones de onde só sairá escatologia da pior origem, depois reclame que o governo não sustenta instituições de caridade, mas reclame xingando, senão não vale.
Por falar em governo, as eleições estão próximas. Reeleja quem já se viciou em mamatas, troque teus votos por um benefício qualquer, alicie toda a família em troca de um carguinho no tricentésimo escalão. Alegue que todo mundo faria o mesmo no teu lugar e dê os ombros para quem deveria receber a verba desviada, depois vá às câmeras defender o teu candidato, pois se ele afundar, te leva também.
Postado por Nanael Soubaim às 05:00 2 comentários
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quinta-feira, 15 de abril de 2010
Wandercleysson Hayrleysson
Postado por Adriane Schroeder às 17:16 2 comentários
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sábado, 10 de abril de 2010
A cidade não deveria dormir
Megalopoles como a Cidade-Estado de São Paulo é uma das felizes excessões no país, que mesmo assim não têm tudo o que poderiam ter.
Postado por Nanael Soubaim às 15:14 6 comentários
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quinta-feira, 8 de abril de 2010
Charges: uma introdução talicôisica
Lendo o texto do Nanael, fiquei impressionada com a apropriadíssima charge sobre o tema de seu "sou pago pra vadiar". Comecei a matutar sobre esses desenhos,, que, às vezes com alguns rabiscos simples transmitem mais ideias do que eu sou capaz de fazer com um amontoado de linhas.
Um texto do prof. Fernando A. Moreti explica muito bem o surgimento dessas, como ele muito corretamente chama, formas gráficas de humor. Concordo com ele quando afirma que esta arte existia desde as cavernas. Aliás, uma vez brinquei aqui que talvez fosse uma forma de difamar um desafeto.
O termo em si surgiu, como de resto um bocado de coisa bacana, no efervescente século XIX, a partir da caricatura. O termo vem do francês charger, e imediatametne assumiu um conteúdo político com ironia corrosiva. Famosos e eventos do século não escaparam à charge: de Darwin a Napoleão, de Cecil Rodhes ao imperialismo que ele tanto acalentava.
Volta e meia vinham os jornais, a publicar os desmandos, hipocrisias, corrupções - que, olhem só, não são privilégio nosso. Reis e rainhas não foram poupados, como vimos ali na charge do imperialismo, nem os ditadores mais psicopatas fugiram delas. Alguns chargistas chegaram mesmo a ser presos e perseguidos, como conta o texto do prof. Fernando Moreti, acima citado.
Se eu soubesse desenhar, faria uma charge de uma imagem que me veio muito nítida: uma bandeira estadunidense composta por nuvens de gafanhotos. Claro, infelizmente não são só eles que têm essa postura diante do planeta. Enfim, até hoje não consigo esquecer esse desenho que me veio tão claro.
Mas (infelizmente para mim e talvez felizmente para o mundo) meus dotes artísticos não passam muito disso:
Postado por Adriane Schroeder às 16:49 2 comentários
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sábado, 3 de abril de 2010
Sou pago para vadiar
Postado por Nanael Soubaim às 09:58 2 comentários
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quinta-feira, 1 de abril de 2010
É mentira...
Hoje, primeiro de abril, é considerado o dia da mentira. Eu poderia fazer um texto sobre a mudança de calendário que é apontada como uma das razões para o dia existir. Poderia bancar a ranzinza e falar de como a mentira é perpetrada no dia-a-dia e que por isso não haveria necessidade de comemorar seu dia e talicoisa.
Postado por Adriane Schroeder às 09:36 6 comentários
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