quarta-feira, 30 de setembro de 2009

A incrível, sensacional, fabulosa e fantástica buzina.

Ah, a buzina. O trânsito não seria o mesmo sem ela. O mundo. O universo. O equilíbrio que mantém todas as coisas dela depende.
Poucas pessoas têm a exata dimensão da importância da buzina.
Então, aqueles que têm a mente estreita e a alma involuída, tentem acompanhar as proezas e glórias da incrível, sensacional, fabulosa e fantástica buzina.
Tratarei a vocês como meus discípulos. Então se concentrem e mentalizem a seguinte situação: você está preso num engarrafamento gigantesco. Não importa se uma família inteira morreu, importa que você está ali, sem poder dirigir. O que você deve usar, ó discípulo? Sim, ela! A buzina! Ao tocar nela, todos os carros ao seu redor desaparecerão. O trânsito fluirá como mágica. As flores abrirão e você seguirá, lépido e fagueiro, a seu destino.
Um outro exemplo, ó incrédulo leitor. Imagine-se numa larga avenida. Nela, o seu inimigo, o ser do mal, o inominável... semáforo. Ele sabe que é você quem está chegando. Ele sente sua presença e se alimenta de sua angústia. Ele fechará para você. Mas agora você poderá exercitar seu conhecimento superior e tocar a sagrada buzina! O semáforo teme esse som. Ele saberá com quem está lidando. E se abrirá, respeitoso, à sua inefável presença.
Mas não é apenas para seu deleite que ela existe. A buzina também ajuda aos demais, quando não aliviando os trânsito nas situações anteriores, é também essencial para educar o pedestre. Sim, ele, outro inimigo mortal, mas com o qual você precisa ser educado por causa de alguma lei idiota aí. Se ele estiver atravessando a faixa, buzine! Não existe o menor risco de o pedestre se assustar e acabar se acidentando. Pelo contrário, ele saberá o seu lugar e atravessará corretamente a faixa. É especialmente recomendável usar este método com idosos, pessoas com dificuldades de caminhar ou levando crianças ou pacotes.
Por fim, saibam que a buzina é extremamente terapêutica. Nada como aquele som melodioso, agradável, tranquilizante vindo de todos os lados quando se está no trânsito. O mais bacana é que algum gênio inventou diversos sons para ela: mugidos, frases engraçadinhas, som-de-caminhão, trechos do tema de "O poderosos chefão" e de "La cucaracha", uma maravilha.
A propósito, isto tudo que escrevi acima é sarcasmo. Quer ter uma boa lição do que alguns se tranformam no trânsito?
http://www.youtube.com/watch?v=RMZ3bsrtJZ0

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Deixa a luz do corredor acesa!

Você se lembra dos medos da sua infância? Não estou falando do Velho do Saco, nem da cobra que mordia as pessoas na seção de hortifrutigranjeiros do supermercado, nem dos ciganos que roubavam crianças (eles já tinham tantos filhos, pra que iriam querer mais?). Estou falando daqueles medos que a tevê e o cinema colocavam na gente. Quem nunca ficou dias sem dormir por causa de um personagem fictício? Eu passei várias noites em claro, por medo desse pessoal mostrado abaixo.



Cuca, do Sítio do Pica-Pau Amarelo: É o primeiro personagem assustador de que tenho lembrança. Nos anos 80, praticamente todas as crianças assistiam ao Sítio e aposto que muitas delas temiam a Cuca. Essa personagem nada mais era do que um jacaré com cabelos longos, que dava risadas histéricas e planejava maldades, na frente de um caldeirão. Que medo! Eu tinha tanto medo dela que, uma vez, ao olhar pela janela, a vi no quintal de casa. Na verdade, era um coqueiro balançando ao vento. Pelo menos foi o que a minha mãe falou...

Professor Astromar, da novela Roque Santeiro: Ele tinha uma aparência muito esquisita. Pele branca e macilenta, cabelos pretos e sobrancelhas também pretas, que se sobressaíam. Era muito inteligente, fazia discursos em que empregava palavras difícies e... virava lobisomem. O que eu não sabia é que o Professor Astromar nunca se transformou em lobisomem, ao longo da novela. Isso só aconteceu no último capítulo. Bastava tocar a música –tema do personagem e eu me escondia atrás do sofá. Não sei se eu tinha mais medo da música ou dele. Mesmo morrendo de medo, não deixei de assistir ao último capítulo de Roque Santeiro – eu e todos os brasileiros que tinham tevê em casa. Estávamos todos na praia, com os primos, e ninguém quis demonstrar tamanha covardia. Vimos Professor Astromar virar lobisomem e perdemos o sono por muitas e muitas noites.


Zé Ramalho, cantor: Ele cantava “Mistérios da Meia-Noite”, tema do Professor Astromar. Isso bastou para que eu passasse a vida toda com medo do Zé Ramalho. Até hoje, se duvidar. Acho que ele também vira lobisomem, viu? Ouvir os primeiros acordes dessa canção ainda me arrepia os cabelos da nuca.

O Homem-Cobra, filme B: Era um daqueles que passavam incontáveis vezes no SBT, assim como o Walligator. Só o assisti uma vez. Eu e meu primo estávamos passando uns dias na casa do meu avô, quando o filme começou. O vô ainda perguntou se a gente tinha certeza de que queria assistir àquilo. Nós quisemos. Resultado: mais uma noite mal-dormida, para ambos. Nem lembro da história direito, parece que um homem trabalhava num criadouro de cobras, foi mordido e se transformou em uma. Completamente idiota, mas assusta.

Poltergeist, o Fenômeno: Era um filme proibido lá em casa. Minha mãe nunca deixou que a gente assistisse. Mas, toda a vez que anunciavam o filme, mostravam aquela cena da menininha sendo engolida pela televisão. Foi o que bastou para me aterrorizar por uma década. Como se isso não bastasse, o filme tinha fama de amaldiçoado. Parece que duas atrizes do elenco tiveram morte prematura. Eu, hein?


Tubarão, aquele filme que todo mundo já viu: Quer coisa mais idiota do que ter medo do filme Tubarão? Que motivos eu teria para ter medo de uma criatura dessas, se eu nem moro na praia? Não sei, mas eu ficava morrendo de medo por dias, depois que assistia a esse filme. E ainda ficava imaginando o que eu faria se me deparasse com um tubarão no próximo veraneio... Correr, gritar e morrer, seria a resposta.

O que eu não sabia, quando criança, era que deixar a luz do corredor acesa não ajudava em nada. Afinal, a luz criava sombras na parede... E sabe-se lá em que criatura aterrorizante essas sombras poderiam se transformar...

sábado, 26 de setembro de 2009

Nas próximas eleições

O eleitor terá na sua frente provas materiais contra seus candidatos. Serão filmes que as emissoras não terão apresentado, mas circulam na internet para quem quiser ver.Serão documentos assinados pelos candidatos, com reconhecimento de firma, mas eles dirão que não foram os autores, que querem calar a voz do povo com calúnias, derramarão uma retórica vazia e cheia de erros de português, após o quê serão aclamados. Investigações mal-explicadamente arquivadas não serão lembradas, palavras que os próprios candidatos reiteraram várias vezes terão sido esquecidas em um passe de mágica, bastando eles aparecerem com suas famílias, então o "estupra, mas não mata" será página virada.
A extrema direita vai defender que o policial deve executar o suspeito em via pública, sem acusação formal, a extrema esquerda vai defender que o policial seja um mariquinha. Qualquer um que tenha um plano decente será rejeitado, pois não proporciona o espetáculo que o povo deseja.Vão prometer que as escolas serão revitalizadas e que todos os alunos passarão de ano, mas ninguém vai garantir que eles aprenderão algo. Escolas em tempo integral são caras e não dão retorno em menos de dez anos. Bandas marciais são caras e não dão retorno antes das próximas eleições. Aulas de música e philosophia não são tão caras, mas dão resultados antes das próximas eleições que os candidatos tremem só de pensar.
Aparecerão palhaços apelando para o ridículo para conseguir votos, pseudocelebridades sem talento que tentarão garantir ao menos quatro anos de mamata, vítimas de crimes ou tragédias apelando para o bom coração do povo para ganhar votos. Os que realmente terão chances de ganhar apelarão para a barriga e para o instinto vingativo, mantendo o eleitor no estado medievalesco em que se encontra.
Os mesmos jornais que hoje denunciam o mau caratismo do congresso, abrirão suas páginas para qualquer um que pague pelo espaço, como se fosse um anúncio qualquer. O eleitor, privado da formação do senso crítico, não perceberá a manipulação nem sempre sutil das informações em prol desse ou daquele candidato. Não perceberá que um simples flagrante photográphico, que pode nada ter a ver com a realidade da figura, formará uma imagem distorcida em seu subconsciente, distorcida o bastante para fazê-lo titubear ao digitar os números na urna.Todos farão parecer que está nos futuros eleitos a solução para as mazelas do país, e que o povo deve esperar sentado as ordens para agir como e quando for determinado. Assim que o dotô mandar, todo mundo vai ao mutirão que distrairá as atenções dos problemas que ele mesmo causou. Mas o povo gosta de circo, quando mais horrores, mais ele aplaude.
Ninguém notará que o Brasil é refém de três poderes que brigam entre si para ver quem pode (e ganha) mais, em vez de arcarem com os compromisso assumidos.
Ninguém notará que aquele machão que prega a pena de morte para qualquer crime de qualquer idade, é dono de empresas de segurança privada que faturam muito com a criminalidade. Colocar polícia e sociedade em conflito faz parte do jogo.Ninguém notará que muitas idéias só não deram certo, porque nunca foram realmente postas em prática. Ninguém quer se inteirar de pormenores, até porque nem todos sabem o que significa "pormenores".
Poucos se importarão em saber quem terá financiado as campanhas, destes poucos, menos ainda se perguntarão o porquê de as terem financiado. O povo não tem discernimento para pensar de quem é o dinheiro que pagará a conta. É tudo do governo, assim como os sinais de trânsito e as repartições públicas, que podem ser depredados pois o povo nada tem a ver com eles. Ninguém pegou uma nota do bolso e entregou para a construção do posto de saúde, então o dinheiro usado foi do governo, não do povo.
Passagens das vidas pessoais dos candidatos com chances de vitória serão usados contra eles, ainda que não tenham peso algum na competência, ou que sejam cousas já enterradas. Mas é espetáculo, eles sabem que um circo de aberrações pode influenciar os resultados das urnas.Por fim, o povo sairá do pleito exactamente o mesmo. E eu com a convicção cada vez maior do que é opinião: Opinião é a distorção da percepção da realidade subjugada pela conveniência.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Casablanca kinda Style

O garçom se aproximou, para anotar seu pedido.

Ele pediu um dry martini. Não era o seu preferido, mas só queria que o garçom fosse embora. Não queria companhia, nessa noite. Nenhuma.

Só queria por os pensamentos em ordem, repensar a vida. Tomar novas decisões. E ter paz no coração.

Não olhava em volta. Não percebia o mundo. Apenas pensava nos últimos dias.

Em tudo que havia ocorrido.

A batalha interna pela própria vida ainda não havia terminado.

"O pior já passou", pensou ele. De fato, já havia passado, sim. Mas ainda não era o fim.

Segurou o crucifixo em seu peito, pedindo novamente forças pra seguir em frente.

O garçom voltou com seu martini.

Ele tomou um gole. Desceu amargo.

Mas tudo bem. Era só pra ficar sozinho, mesmo. Não gostava de martini.

Olhou para as roupas pretas. O colarinho branco.

Sabia que teria que tomar uma atitude, a partir de agora.

Olhou, dessa vez, em volta. Na verdade, não conseguia fixar pensamentos.

Se deu conta que havia um piano, e um negro careca e sorridente tocava.

Ao olhar do outro lado do salão, se deparou com os olhos verdes.

"Play it again, Sam...", pensou ele.

E a noite mal havia chegado.


"Play it again, Sam..."

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Férias com humor mais triste no andar de cima em homenagem ao monstro sagrado

Como havia prometido, farei um post para os vencedores da promoção "um post só para você". Como todas as sugestões foram ótimas, fiz um tesoura-e-cola com todos eles e, ainda, tentei homenagear uma atriz muito querida, Dirce Migliaccio.

Se, como disse Nanael , em Goiás, o chavão é "Férias no Araguaia", bastando recortar-e-colar as fotografias e personagens, um chavão televisivo de minhas férias eram as reprises de "O sítio do pica-pau amarelo". Vi algumas dessas com a Dirce em seu memorável papel de Emília.

Tesourecolamente falando, não houve Emília como Dirce. Só ela sabia fazer aquele olhar cobiçoso, só ela sabia desprezar paolabrachianamente o Visconde de Sabugosa. Aliás, aposto como vai ter alguma charge fazendo o melhor de todos os viscondes, André Valli, esperando-a no céu.

Em tempo, alguém já pensou nisso : http://www.acharge.com.br/index.htm.








A Gabi tem razão quando cita o famoso, irritante e chavonístico "Hoje o humor brasileiro fica mais triste". dirão isso da Dirce, ou algo muito parecido. No Video Show, como disse Luna, vão dizer que "Dirce foi pro andar de cima". O Faustão, ainda segundo Luna, falará que "Dirce Migliaccio foi um monstro sagrado da televisão brasileira".

Com certeza, farão as perguntas bestas que Luna citou para os amigos e familiares: "Como a senhora se sentiu quando soube que sua grande amiga Dirce morreu sozinha e praticamente esquecida no Retiro dos Artistas?". Perguntas bestas são pré-requisito absoluto para o jornalismo. Certeza.

Detalhe para as reportagens do Retiro e o Stephan Nercessian dizendo que precisamos dar mais atenção a quem tanto nos trouxe alegrias e que dedicou sua vida a nosso entretenimento (é mais-que-chavonístico, mas ele tem razão, reconheçamos).

Nas tesouras-e-colas que se farão, todas essas frases nesse post estarão batendo ponto e vão passar férias com humor mais triste no andar de cima em homenagem ao monstro sagrado. Um deles, que eu vou ser obrigada a corcordar, é a permanência do talento de Dirce. Pena que, como diz aquele outro famoso chavão, "esse é um país sem memória".

Mas alguns de nós não somos sem memória, não. Tanto que esse post todo remendado é uma homenagem a ela e à bonequinha de retalhos que ela soube tão bem representar. Mas, para mim, por mais que eu ame de paixão a Emília de Dirce, ela será eternamente a Juju Cajazeira. Ninguém conseguia fazer aquele olhar de adoração ao Odorico Paraguaçu como ela.

Update! Agora no tuíti: @teologaVS

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Ai, que agonia!

Por mais desprendidas que sejamos em relação à vaidade, não tem jeito. Em um momento ou outro, temos que cuidar da beleza. Se não ficamos realmente belas, pelo menos mostramos ao mundo uma aparência apresentável. Para isso, temos que fazer alguns sacrifícios. Sentimos dor, agonia, vontade de largar tudo pela metade. Só não o fazemos porque a outra alternativa é ainda pior. Ou alguém aí gosta de sair na rua parecendo uma mulher de Neanderthal?

Pensando nisso, enumerei algumas das coisas que mais detesto fazer, em relação à aparência, a fim de ficar "decente".

Lavar os cabelos no salão

Não existe nada mais desconfortável do que ficar sentada naquela cadeira-lavatório, com o pescoço dentro da “bacia”. Nessas horas, a gente percebe que os nossos músculos, nervos ou que quer que seja têm vontade própria. E o quão antinatural é ficar naquela posição. Quanto mais você se incomoda com a sensação, mais a lavagem dos cabelos tende a demorar. Parece que você é uma mendiga que não lava o cabelo há meses, e não uma moça limpinha, de tanto que o cabeleireiro esfrega, enxágua, repete o xampu e reinicia todo o processo. Ao levantar, você se sente como se tivesse ido a 30 shows de heavy metal em uma semana.

Tirar as sobrancelhas com pinça

Não dói quase nada, mas incomoda muito. Não acaba nunca. Você tem que ficar de olhos fechados, se alguém tirar a sobrancelha para você. Ou tem que ficar de olhos abertos, quase com o nariz colado no espelho, se for você mesma que fizer o trabalho e for míope. Fico extremamente agoniada com aquela sensação de microagulhas pinicando a minha pele. E com a demora do processo. Sempre tenho que me controlar para não levantar e sair correndo. Resolvi esse problema depilando as sobrancelhas com cera. Dói menos e é mais rápido. Dizem que a pele da pálpebra é sensível demais para isso. Tô nem aí, baby. O que eu não quero é passar trabalho.

Lixar as unhas dos pés

Que agoniiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiia!!! Pra que perder tempo lixando unhas menores que uma ervilha? Quem é que vai notar que elas foram lixadas? Ninguém. Mas eu me submeto a isso a cada quinze dias (ou quando não chove, ou quando não está frio demais, ou quando não me dá preguiça). A solução? Lembrar de mencionar esse fato à manicure, dizer a ela que se preocupe só com as unhas do dedão. As outras são café-com-leite, cortar com a tesoura já chega. Será mesmo?

Lixar os pés
Parei com essa bobagem! Meus pés nem são cascudos, nem rachados. Pra que ficar lixando? Tenho cócegas e odeio sentir cócegas. Um bom exfoliante, uma vez por semana (ou quando não chove, ou quando não está muito frio, ou quando não me dá preguiça) é mais do que suficiente.

Limpar os “cantinhos”, depois de pintar as unhas

Um dia ainda vou criar uma comunidade no Orkut: “Eu odeio tirar os cantinhos”. Os motivos: dá uma trabalheira danada, não termina nunca, nunca fica perfeito, às vezes o esmalte fica encruado e não quer sair nem com reza, às vezes o esmalte sai de onde não deveria sair. E dá uma agonia, claro. Sempre a agonia. Já tentei pintar as unhas borrando o mínimo possível e funcionou às mil maravilhas – na mão esquerda. Se nós fôssemos seres realmente evoluídos, seríamos ambidestros. Fica a dica. Tenho em mente um método revolucionário para a limpeza dos cantinhos. Se der certo, dividirei com o mundo. E não estou falando de tirar tudo no banho.



Depilar as pernas

Com cera, dói. Com lâmina, eu sempre me corto. Creme não remove pêlos porcaria nenhuma. O que fazer? Eu optei pela cera, porque dá menos trabalho. Não tenho que fazer nada, só ficar deitada e gritando da boca para dentro. Ainda assim, é melhor do que sair do banheiro com as pernas banhadas em sangue (exagerada). Se fôssemos seres realmente evoluídos, os humanos do sexo feminino não teriam pêlos nas pernas. Fica a dica.

sábado, 19 de setembro de 2009

Aos marxistas de boutique

Eu sou a favor de uma reforma agrária, mas sob hipótese alguma compactuo com a desordem e com a venda de terras compradas com o dinheiro que eu entreguei, sob a forma de impostos onerosos.Eu sou contrário ao hedonismo capitalista, mas qualquer inteligência mediana que se ponha a pensar, perceberá que quebrando a empresa, os funcionários ficam desempregados; vide a Gurgel.
Eu sou a favor de um sistema público de assistência, educação e saúde. Mas sob hipótese alguma aceito que pessoas fisicamente hígias ganhem tudo de mãos beijadas, sem dar uma hora diária que seja em favor da coletividade; como acontece muito em Goiás, onde beneficiários fogem da qualificação profissional para não perderem a mamata.
Vocês pensam que em países comunistas é assim? Acham mesmo que lá se pode fazer baderna quando uma decisão do governo não agrada? Quem lhes disse que o cerceamento da iniciativa e da opinião levou prosperidade a alguma civilização?
A grande maioria de vocês ainda esperava na fila para reencarnar, e os que já estavam aqui ainda cheiravam a cocô e urina, por isso mesmo nunca viram reportagens e depoimentos de fugitivos de países comunistas. Se ditadura fosse algo bom, ninguém fugiria de uma. Eu que conheci os anos de chumbo posso dizer a vocês que não abram mão de suas mesadas e de seus MP4: Cresçam. Em vez de lerem só o que os partidários escreveram sobre Guevara, leiam também o que os opositores falaram dele. Busquem nos sites as matérias e os textos de época sobre os países da Cortina de Ferro.
O que estão fazendo com vocês, que aceitam placidamente essa lobotomia virtual, é doutrinação. Exactamente o mesmo que o Partido Nacional Socialista fazia na Alemanha entorpecida.
Eu sou socialista, mas não sou um idiota que cospe no prato que come e anos mais tarde se corrompe, fazendo tudo o que condenada e dizendo "Esqueçam tudo o que eu escrevi". Tenho os pés no chão.Querem mudar o mundo? De verdade? Muito bem, vamos lá...

  1. Antes de arrumar a sociedade, aprendam a arrumar seus próprios quartos. Suas mães não são suas empregadas;
  2. Antes de participarem de passeatas, que muitas vezes terminam em baderna, vejam o histórico dos participantes. Vocês podem estar exaltando e seguindo criminosos;
  3. Estão com pena dos pobres? Sair quebrando tudo nunca resolveu o problema da pobreza. Junte seu bando de amiguinhos, fiquem alguns dias sem comer porcarias plastificadas de lanchonetes multinacionais e dêem de comer aos famintos. Como eu faço, como qualquer um com os pés no chão faz. Quem tem fome precisa de comida e trabalho, não de discursos retóricos ululantes;
  4. Por falar em multinacionais, qual a marca de seus celulares? E de seus tênis? Camisetas? Vocês podem muito bem viver sem tudo isso;
  5. Se querem uma sociedade justa, sejam justos primeiro com suas famílias. Salvo raras excessões, a casa com computador e todo conforto de que vocês desfrutam hoje, foi conseguida com trabalho honesto. Seus pais não são bandidos, respeitem-nos;
  6. Se conseguem ver com tanta facilidade as mazelas de um lado, vejam também as do outro. Falar mal de Guantánamo e fechar os olhos para os fuzilamentos de inimigos de um partido único, é mais que hipocrisia, é falta de vergonha na cara;
  7. Não tentem impôr sua ideologia, da mesma forma como vocês não gostam que imponham outras a vocês. Vocês não sabem nem o que é melhor para si mesmos, quanto mais para os outros. Vocês sequer conhecem os outros;
  8. Seus heróis são ou foram homens, não deuses, portanto podem sim ter falhado e com certeza falharam, como qualquer humano. Então baixem suas cristas que qualquer um com mais de quarenta anos conhece esse calcanhar de Aquiles;
  9. Ditaduras não respeitam o meio ambiente. Se vocês forem à China e esboçarem um protesto não autorizado conta a gigantesca usina hidreléctrica que estão construindo no Rio Amarelo, correm o risco de nunca mais voltarem;
  10. Gostam de protestar contra o governo democrático em que nasceram? Podem continuar protestando. Graças à luta e ao trabalho da minha geração, a sua pode se dar esse direito. Mas, por favor, depois de se divertirem nas ruas, vão estudar para aprender e não só para passar. Porque foi assim que transformamos o pouco que conseguimos transformar;
  11. Aliás, as pessoas contras as quais hoje vocês protestam fizeram exactamente o mesmo que vocês fazem hoje, a diferença é que na época havia uma ditadura. Pois é, todos os envolvidos em escândalos na última década eram exactamente iguais a vocês, sem tirar nem pôr. Como eles, vocês também podem ser corrompidos, então tenham humildade;
  12. Por falar nisso, já que leram Guevara e Marx, leiam também e com a mesma voracidade, a vida de Henry Ford. Vão perceber que ele era muito mais libertário e socialmente avançado que qualquer um deles. Ele empregava negros e mulheres em uma época em que isto era perigoso para a imagem de uma empresa;
  13. Recapitulando: Mudem a si mesmos, seus maus hábitos e a indolência crônica e aguda que tomou conta de sua geração. Depois poderemos falar de mudar o mundo, o que não se dará pixando, depredando e cabulando aulas.

De seu amigo Nanael Soubaim.

Aos marxistas de boutique

 ATENÇÃO, ESTE TEXTO FICOU NO LIMBO DOS RASCUNOS APÓS A ÚLTIMA PANE DO BLOGGER. O ESCREVI EM 19/09/2009. JÁ FUI XINGADO O SUFICIENTE POR ABORRESCENTES MIMADOS QUE NÃO ACEITARAM LER O QUE NÃO QUERIAM, E EU NÃO OS OBRIGUEI. ENTÃO PEÇO AOS DODÓIS QUE PROCUREM A ENFERMARIA E NÃO MELINDREM.

Eu sou a favor de uma reforma agrária, mas sob hipótese alguma compactuo com a desordem e com a venda de terras compradas com o dinheiro que eu entreguei, sob a forma de impostos onerosos. Eu sou contrário ao hedonismo capitalista, mas qualquer inteligência mediana que se ponha a pensar, perceberá que quebrando a empresa, os funcionários ficam desempregados; vide a Gurgel.Eu sou a favor de um sistema público de assistência, educação e saúde. Mas sob hipótese alguma aceito que pessoas fisicamente hígias ganhem tudo de mãos beijadas, sem dar uma hora diária que seja em favor da coletividade; como acontece muito em Goiás, onde beneficiários fogem da qualificação profissional para não perderem a mamata.

Vocês pensam que em países comunistas é assim? Acham mesmo que lá se pode fazer baderna quando uma decisão do governo não agrada? Quem lhes disse que o cerceamento da iniciativa e da opinião levou prosperidade a alguma civilização?A grande maioria de vocês ainda esperava na fila para reencarnar, e os que já estavam aqui ainda cheiravam a cocô e urina, por isso mesmo nunca viram reportagens e depoimentos de fugitivos de países comunistas. Se ditadura fosse algo bom, ninguém fugiria de uma. Eu que conheci os anos de chumbo posso dizer a vocês que não abram mão de suas mesadas e de seus MP4; Cresçam. Em vez de lerem só o que os partidários escreveram sobre Guevara, leiam também o que os opositores falaram dele. Busquem nos sites as matérias e os textos de época sobre os países da Cortina de Ferro.O que estão fazendo com vocês, que aceitam placidamente essa lobotomia virtual, é doutrinação. Exactamente o mesmo que o Partido Nacional Socialista fazia na Alemanha entorpecida.Eu sou socialista, mas não sou um idiota que cospe no prato que come e anos mais tarde se corrompe, fazendo tudo o que condenada e dizendo "Esqueçam tudo o que eu escrevi". Tenho os pés no chão.Querem mudar o mundo? De verdade? Muito bem, vamos lá...

§ Antes de arrumar a sociedade, aprendam a arrumar seus próprios quartos. Suas mães não são suas empregadas;


§ Antes de participarem de passeatas, que muitas vezes terminam em baderna, vejam o histórico dos participantes. Vocês podem estar exaltando e seguindo criminosos;


§ Estão com pena dos pobres? Sair quebrando tudo nunca resolveu o problema da pobreza. Junte seu bando de amiguinhos, fiquem alguns dias sem comer porcarias plastificadas de lanchonetes multinacionais e dêem de comer aos famintos. Como eu faço, como qualquer um com os pés no chão faz. Quem tem fome precisa de comida e trabalho, não de discursos retóricos ululantes;


§ Por falar em multinacionais, qual a marca de seus celulares? E de seus tênis? Camisetas? Vocês podem muito bem viver sem tudo isso;


§ Se querem uma sociedade justa, sejam justos primeiro com suas famílias. Salvo raras excessões, a casa com computador e todo conforto de que vocês desfrutam hoje, foi conseguido com trabalho honesto. Seus pais não são bandidos, respeitem-nos;


§ Se conseguem ver com tanta facilidade as mazelas de um lado, vejam também as do outro. Falar mal de Guantánamo e fechar os olhos para os fuzilamentos de inimidos de um partido único, é mais que hipocrisia, é falta de vergonha na cara;


§ Não tentem impôr sua ideologia, da mesma forma como vocês não gostam que imponham outras a vocês. Vocês não sabem nem o que pe melhor para si mesmos, quanto mais para os outros. Vocês sequer conhecem os outros;


§ Seus heróis são ou foram homens, não deuses, portanto podem sim ter falhado e com certeza falharam, como qualquer humano. Então baixem suas cristas que qualquer um com mais de quarenta anos conhece esse calcanhar de Aquiles;


§ Ditaduras não respeitam o meio ambiente. Se vocês forem à China e esboçarem um protesto não autorizado conta a gigantesca usina hidreléctrica que estão construindo no Rio Amarelo, correm o risco de nunca mais voltarem;


§ Gostam de protestar contra o governo democrático em que nasceram? Podem continuar protestando. Graças à luta e ao trabalho da minha geração, a sua pode se dar esse direito. Mas, por favor, depois de se divertirem nas ruas, vão estudar para aprender e não só para passar. Porque foi assim que transformamos o pouco que conseguimos transformar;


§ Aliás, as pessoas contras as quais hoje vocês protestam fizeram exactamente o mesmo que vocês fazem hoje, a diferença é que na época havia uma ditadura. Pois é, todos os envolvidos em escândalos na última década eram exactamente iguais a vocês, sem tirar nem pôr. Como eles, vocês também podem ser corrompidos, então tenham humildade;


§ Por falar nisso, já que leram Guevara e Marx, leiam também e com a mesma voracidade, a vida de Henry Ford. Vão perceber que ele era muito mais libertário e socialmente avançado que qualquer um deles. Ele empregava negros e mulheres em uma época em que isto era perigoso para a imagem de uma emrpesa;


Recapitulando: Mudem a si mesmos, seus maus hábitos e a indolência crônica e aguda que tomou conta de sua geração. Depois poderemos falar de mudar o mundo, o que não se dará pixando, depredando e cabulando aulas.


De seu amigo Nanael Soubaim.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Sessão da Tarde e Talicoisa também são cultura

O post de hoje é um oferecimento - embora não remunerado - da Sessão da Tarde, que apresentou hoje (e inétido nesta semana) o desenho mais Disney da Fox: Anastácia.

O desenho é inspirado em uma (na verdade, algumas) das muitas lendas que cercam a Revolução Russa, nome com o qual apelidamos os múltiplos processos pelos quais o país passou em 1917. A própria Rússia é pródiga em mitos e quetais. Não são raros os relatos de czares (alguns tradutores preferem tzares) trocados por sósias, de conspirações, milagres e maldições. As várias lendas que se cruzam no desenho se referem logicamente à personagem-título, mas também a Rasputim, à família imperial e ao motivo da Revolução. Sim, há lendas quanto a isto.

Uma das cenas do longa dá a entender que os fuzilamentos da família se deram na própria Revolução (quando, na verdade, ocorreram em 1818) e que esta teria ocorrido em 1916, logo depois do famoso último baile, em vez de 1917. Em outra, transparece o que era dito ao povo russo sobre o czar: homem bom, afetuoso, o "papaizinho" do povo e que só os nobres e funcionários eram maus.

Um interessante mito aparece no desenho com relação a Rasputim. Criatura soturna e sombria, sobre ele giram também uma série de hipóteses. Uma delas diz que Rasputim teria sido amante de Alexandra, a czarina; outra, que ele a teria enfeitiçado (ou conquistado sua confiança cega, ou, ainda, que teria insuflado nela um irremediável fanatismo religioso) por supostamente conseguir aliviar as terríveis dores do pequeno Alexei (que era hemofílico), único filho homem do casal imperial. Imaginem o que era ter o único herdeiro, tão desejado para quem tinha tido quatro filhas, sofrendo de uma doença que mal era conhecida e sem chances de cura à época, tendo dores e hemorragias o tempo todo e ainda sabendo que o gene era transmitido pela mãe (uma das poucas coisas que então se sabia sobre a doença).

O desenho se apóia em parte dessa lenda, que diz que o bom czar teria expulsado Rasputim quando descobriu sua charlatanice, quando, de fato, a própria czarina chegou prestar-lhe homenagens fúnebres. A associação dele com a família Romanov está no cerne das muitas teorias da conspiração que cercam a Revolução Russa: ele teria envenenado os czares de fanatismo, os teria hipnotizado, ou envolvido em "forças ocultas". Teorias conspiratórias, com fanáticos/místicos/sociedades secretas e outros são mais comuns do que se pensa com relação à história e, como escrevi acima, comuníssimas na Rússia.

Anastácia está no meio dessa questão toda, também cercada de mitos e de falsas Anastácias pululando nos anos que se seguiram à Revolução. Um pouco dessa realidade permeia o desenho e está exatamente na fala da avó, que diz que está cansada de grãs-duquesas Anastácias, que farsantes vinham do mundo todo para fazer se passar por ela e que havia gangues especializadas em treinar moças a se passarem pela jovem. Muitos filmes já foram feitos sobre o caso, sempre voltando a uma ou a mais de uma dessas lendas.

Num dos muitos episódios da vida real que mais parecem ter sido inventadas, a família inteira foi canonizada pela Igreja Ortodoxa Russa, no rastro revisionista surgido após o fim da URSS, que fez ressurgir algumas dessas ficções - as quais geraram a película da Fox.

Algum pesquisador que odeia mitos achou os ossos dela, que na verdade foi realmente morta com a família em 1918, mas não conseguiu exterminar todas essas lendas - nem a beleza de um desenho com muitas liberdades históricas e cenas que realmente me encantaram. Reconheci muitos dos locais que aparecem no longa quando estive em São Petesburgo, em boquiaberta visita à cidade. Impressionou-me a pesquisa estéticas do desenhistas - e o roteiro fantasioso idem.

É por essas e outras que digo: Sessão da Tarde e Talicoisa também são cultura.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Encesiada

Eu não faço questão de entrar no twitter. Quando me lembro dele, e quero dividir insignificâncias com o povo, meu computador trava.

Perdi 11 reais hoje. Não me pergunte como. Esse dinheiro faz falta, pra quem é pobre e sempre se cercou de gente pobre.

Falando em 11 reais, comprei três esmaltes da coleção nova da Risqué, que eu tanto critiquei. Já estou usando um – que me deixou com mãos de morta-viva. Eu até mostraria o resultado para vocês, mas as pilhas da máquina fotográfica estão recarregando.

Eu tinha planos de fazer faxina hoje, mas né? Sou pobre, sempre me cerquei de gente pobre, só que ninguém merece ficar de limpa-limpa e esfrega-esfrega (quem dera!) numa segunda-feira.

Falando de esfrega-esfrega, não tenho namorado. O último pretendente que me apareceu tem 50 anos. Tipo assim: eu não sou tão nova, mas sou meio retardada. Como é que eu poderia namorar um homem dessa idade? O cara deve ter síndrome de José Mayer, só pode. Enfim, tudo isso me lembra que, quando chove homem, no meu colo cai o Keith Richards.



Hoje começa “Viver a Vida”. O nome da novela me lembrou “O fogo é fogo”. Pensei em acompanhar, mas desisti. Não é por nada, não. Mas novela cansa demais. Prefiro ler ou ficar perdendo tempo na Internet. E Taís Araújo não combina com essas helenices do Maneco.

Depois de uma semana de chuva, o sol voltou a aparecer. Dizem que vai chover novamente. O brabo é ouvir as Mirtes comentando que não têm mais roupas limpas em casa, ou que os varais vão bombar.

Além de tudo isso, eu tinha que escrever um texto para hoje. Desculpem, mas não vai rolar. Se você não acreditava no césio, pode começar.

sábado, 12 de setembro de 2009

Prefiro o alfaiate

Eu iria tratar de um tema denso, penoso e periclitante, mas estou com uma ligeira depressão, muito cansado e a cabeça em frangalhos, então falarei de algo mais ameno até me recompor.Há um ou dois meses doei minhas camisas pólo. As últimas pret-a-porter que eu tinha. Mais precisamente, há anos que não compro roupa pronta, faz quase uma década que não visto jeans. Só uso roupas feitas (ou ajustadas) pelo meu alfaiate. Não custa mais que uma roupa de loja de boa qualidade, só não tem o apelo do status que uma etiqueta badalada oferece, mas isto é algo que não me interessa.
Quando há algum problema de costura, vou falar directo com o dono da confecção, no caso, da alfaiataria. Quando alguém vê algum problema em uma roupa pronta, fatalmente terá que ouvir "Bem-vindo ao Serviço de Atendimento ao Consumidor, sua ligação é muito importante para nós, aguarde uns instantes enquanto te enfiamos nossa propaganda com uma musiquinha horrorosa, que em seguida alguém da empresa terceirizada vai atendê-lo". Lá vai a conta telephônica para a estratosphera até alguém te atender "Senhor, nós estaremos estando te passando um número de telephone, para que o senhor esteja estando ligando para o departamento de produção". Com o alfaiate eu resolvo o problema sem burocracia.Ganhei em maio uma camisa, que de cara ficou grande. Tenho ombros largos, mas sou baixo, acreditei que bastaria cortar os muitos centímetros excedentes. Pois quando ele cortou para um funcionário ajustar, me mostrou o quanto um lado era maior do que o outro. Fico espantado em saber que as pessoas se vestem muito mal, mesmo escolhendo um modelo correctamente. No manequim fica um luxo, quando sai á rua é um luto. As mais bem cortadas até que não são ruins no primeiro uso, mas assim que vai lavar, as pendengas aparecem. A maioria das confecções não molha o tecido, mas muitos tecidos encolhem após a primeira lavada, especialmente os com algodão. Não bastasse isto, a linha da costura geralmente é sintética. O tecido encolhe, a costura nem tanto, e a roupa que parecia ser de bom gosto se torna uma fantasia de circo; juntas enrugando, costura desfiando, botões entortando, tinta se soltando, o tecido ficando áspero, et cétera. Só então a pessoa lê a etiqueta e descobre que o que foi barato de comprar é caro de manter, pois exige condições específicas e difíceis de se obter para lavar.Pret-a-porter que valha a compra é cara, muito cara. Algumas são caras e não valem a linha de costura, mas roupa pronta boa raramente não é muito cara.
Já viram lojas oferecendo ternos a preço de blusão vagabundo? Vou lhes contar o truque; eles são cortados às dezenas de uma só vez, com um só molde e costurados em velocidade super sônica. Já estou vendo o dia em que vão passar cola industrial em vez de linha, para acelerar a produção. Os problemas desses ternos: a parte inferior de trás é sempre fechada, não tem a fenda que te permite se sentar, se movimentar e subir uma escada sem ficar parecido com o Robocop; O forro, quando o tem, mais parece retalho de pano-de-prato, alguns usam descaradamente o não-tecido, que gela no inverno e assa no verão; Por ser molde único para milhares de peças, ele não vai te servir, se ficar bom no ombro vai parecer um vestido, se ficar bem no comprimento não vai entrar sem rasgar; Em poucos dias de uso os problemas vão aparecer, como botões caindo, costura se desfazendo, bolinhas se proliferando e o tecido ficando lustroso como se tivesse sido encerado e polido, entre outros. Fora a assimetria que a maioria apresenta, um horror. Sai mais barato fazer um traje de gala do que mandar consertar, é sério.Ternos e afins são tão complicados, que quem os faz é chamado de "oficial", quase sempre alguém de idade madura e com muita experiência. Com seiscentos reais se faz um terno para receber a rainha da Inglaterra; com mil reais para consertar, o terno de R$199,99 não fica tão bom. É um baratinho que sai custando os olhos da cara, pois precisa ser substituído com grande freqüência.
O Zé, assim que separa um tecido com fibras naturais para cortar, leva para casa e deixa de molho, para encolher antes de começar o trabalho. Só que isto leva algum tempo, artigo muito caro para as indústrias. Mas para ele é só um cuidado, principalmente para clientes como eu. Sou assimétrico, meu lado direito é mais musculoso de nascença, sou largo e baixo. As medidas vendidas em lojas nem de longe servem em mim. Sempre fia a impressão de que o defunto era maior.Não me lembro mais como é vestir um jeans, mas lembro do tecido batendo nos calcanhares a cada passo que eu dava. A modelagem mais justa das roupas femininas atenua muito esse incômodo, mas não sou mulher e não tenho saudades daquela peça armada feito um sino de algodão, badalando enquanto eu andava. Quando passei a usar somente calças sociais, senti a diferença dramática. Elas não batem no corpo, tremulam. Posso usar o corte confortável que me agrada sem medo de aparentar flacidez. Quando passei a usar somente calças feitas sob medida, não quis mais voltar. Mesmo as mais simples são peças que posso usar em qualquer ocasião, pois foram feitas para mim, para minhas formas completamente fora de molde.Minhas roupas têm tecido suficiente para o caso de eu engordar, embora nunca tenha precisado desse artifício. Roupas prontas, para aproveitar ao máximo a matéria-prima, são moldadas por computador, ocupando cada centímetro da fazenda e barateando os custos, mas também eliminando a possibilidade de uma gestante continuar usando suas roupas por algum tempo, assim que a barriga despontar será um novo guarda-roupas. Cresceu? Engordou? Engravidou? Sem chances, é roupa nova.No caso das crianças, a roupa pode ter sobre tecido bastante para permitir ajustes por uns bons anos, um alívio no orçamento da família. Além de atenuar os efeitos da cultura do descartável, tão nefasta para o ambiente e para a mente da criança.
O acto de ir encomendar uma camisa tem mais benefícios do que o econômico. Vendo de onde, como, quando e por quanto vai sair a roupa, cria-se um vínculo e se dá mais valor ao bem adiquirido. Não é como uma camiseta que um cara que nunca vi colocou no cabide da loja, sem que eu tenha visto. Eu fui à alfaiataria, conversei com o alfaiate, escolhi o tecido, defini o que gostaria ou não, tirei as medidas e combinei o preço. Quando pronta a camisa, lá voltei, experimentei, vi se não precisava de algum retoque e, aprovada, paguei e levei comigo.Parece trabalhoso, talvez seja um pouco trabalhoso, mas é um trabalho que compensa. Vale à pena ter um vínculo por algo mais do que "é legal" ou "tá na moda".Algumas das minhas peças têm muitos anos de uso diário, pesado. Estão inteiras. algumas com sinais do tempo e das circunstâncias, mas em perfeitas condições de uso. Não tenho roupas de festa, tudo o que compro é para a labuta árdua de um trabalhador honesto, que acima de tudo é honesto consigo mesmo.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

É com grande humildade que escrevo...

"Entre as infinitas qualidade que tenho, a humildade é aquela da qual mais me orgulho".

Adoro essa frase auto-sarcástica. Mas ultimamente parece que essa qualidade virou realmente motivo de orgulho e que tem havido mesmo campeonatos de humildade.
Ser humilde hoje é curriculum e status. Paradoxal, né? Vamos olhar mais de perto e ver onde estão ocorrendo tais campeonatos.
1. Times de futebol. Cada um quer ser mais humilde do que o outro: "enfrentar o adversário com humildade", "o time teve muita humildade", "é preciso ter humildade nesse jogo" estão entre as mais-mais frases sobre o tema. Chega-se ao ponto de jogador não comemorar o gol que fez em seu ex-clube, numa acintosa demonstração de hum... bem, vocês entenderam.
2. Igrejas. Sim, cada fiel quer ser mais humilde, cada um tem que se destacar no quesito, distorcendo as palavras do Cristo (e de todos os profetas que pregaram e viveram de forma real esta qualidade) e ostentando a tal humildade.
3. Palestras motivacionais. Você tem que acreditar no seu sonho, ser um vencedor, atingir seus objetivos e acima de tudo ser humilde, muito humilde.
4. Livros de auto-ajuda. O mesmo do item anterior, enfatizando que ninguém consegue esmagar seus adversários se não tiver muita, mas muita humildade.
5. Meio artístico, em especial entre neo-celebridades, sub-celebridades e ex-subcelebridades. Entoam o mesmo mantra dos jogadores de futebol, das palestras motivacionais e dos livros de auto-ajuda. "Só cheguei onde cheguei porque acreditei em mim, acreditei no meu sonho, no meu potencial e principalmente mostrei muita humildade".
Parece muito distante do significado original da palavra, que é, entre outras coisas, a qualidade dos que são feitos da terra, não querendo a todo custo se sobressair dos demais, vindo da mesma raiz que humano (humus = terra). Humildade, num viés incrivelmente distante disso, hoje é pré-requisito, inclusive pra ser RAINHA de bateria. Nem um pouco contraditório, hum?

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Preciso de espaço!

No princípio, foram os livros. Quando eu era adolescente, sonhava em trabalhar e comprar quantos livros eu quisesse. Questões como “será que o salário vai chegar para tudo isso?” nem me passavam pela cabeça. Coisas de quem nunca trabalhou. Eu cresci, comecei a trabalhar e a juntar minha pequena biblioteca. Faltava espaço, mas eu ia guardando meus exemplares aqui e ali. Finalmente, comprei uma estante só para os livros. Que alegria! A estante me serviu muito bem – por algum tempo. Agora, já não cabe mais um manuscrito de duas páginas nela. Onde guardar tantos livros? Os que eu já tenho, os que ainda terei e os que chegarão em cinco dias úteis, vindos diretamente do Submarino?

Lembro também da minha primeira bolsa. Era daquelas de pano, de usar a tiracolo, comprada numa feirinha hippie. Essa bolsa me acompanhou pela adolescência toda, viu todos os meus bons e maus momentos. Eu era fiel a ela e ela a mim. Nossos anos de parceria acabaram quando eu rompi o pacto de fidelidade e comprei outra bolsa. A primeira de uma série. Quando consegui meu primeiro emprego, minha mãe me deu uma bolsa “decente”, preta, de couro legítimo. Segundo ela, eu não poderia andar pela cidade com uma bolsa de pano, já que o Woodstock acabou faz tempo. E assim, comecei a juntar vários e vários exemplares de saquinhos com alça. Tenho algumas caras, outras baratérrimas. Amo as vermelhas. Já me desfiz de algumas. Mesmo assim, o problema persiste. Onde guardar tantas bolsas? As que eu já tenho, as que eu ainda terei e a vermelhinha, que vou comprar amanhã. Custa só quinze reais, gente. Preciso dela.

Já escrevi aqui sobre o meu primeiro esmalte, o preto reluzente da Big Universo. Acontece que nenhuma mulher pode ser feliz sem ter pelo menos um branquinho, um vermelhinho, um azulzinho, um rosinha, um roxinho e... outro vermelhinho. E assim, vamos juntando mais e mais e mais esmaltes. Uma caixinha, que pode ser de plástico ou de madeira, é o suficiente para guardar todos os vidrinhos. Só que a gente vai descobrindo outras cores, outras marcas, e quer experimentar todas. E aquele vermelhinho que está lá, guardadinho, ganha novos companheiros. Um pretinho, um marronzinho, um laranjinha. Quem sabe, um glitterzinho. E a caixinha transborda. Foi o que me aconteceu. Já tenho mais ou menos 160 vidrinhos – e somente dez unhas, porque não uso cores berrantes nos pés. Onde guardar tantos esmaltes? Os que eu tenho, os que eu ainda terei e os das coleções novas da Impala e da Colorama – oi, quero todos! – que chegarão em setembro?

Muito prazer, meu nome é Débora e sofro de compulsão por papéis impressos que contam histórias, saquinhos com alças e vidrinhos coloridos.

sábado, 5 de setembro de 2009

Judia na roda

Esther é a última convidada a falar. Foi uma semana inteira para os convidados explanarem sobre suas religiões, tirando dúvidas e quebrando mitos. Caprichosa ao extremo, se deu ao trabalho de redigir pequenos livretos sobre a Torat, feitos em papel-jornal, sucinto e e objectivos.
É anunciada pela nova directora, pois a última pediu transferência após ter sido nocauteada em público pela judia, se levanta em seu longuete azul claro e vai à frente...
- Amigas, bom dia. É um prazer estar com vocês de novo, desta vez para um assunto tão aprazível e esclarecedor. Quero agradecer ao Padre Bernardino, ao Pastor Isidório, ao amigo Abdulah, à Monja Fuji e à directora, por terem contribuído para a boa formação moral dos meus filhos. Eu sou judia, minha família veio ao Brasil fugindo do nazismo. A precocidade da fuga permitiu que todos os documentos que juntamos nos últimos três séculos fossem salvos, e eu gostaria de dividir com vocês um pouco da sabedoria e das lições que meus antepassados transmitiram. Aliás, nossos antepassados, pois nossas religiões têm todas uma raiz comum e a minha trouxe à luz algumas das de vocês. Somos irmãos, então.
Despeja um pouco da imensa sabedoria que o estudo com afinco de suas tradições lhe deu. Inclui factos históricos já comprovados, mostrando que não é uma fanática que acredita que anjos caibam na Terra e percam seu tempo exterminando infiéis. Como Abdulah, mostra que a mulher é muito mais forte em seu meio do que o folclore cristão faz parecer...
- Nossa submissão não é ao marido, mas à nossa tradição, é ela quem nos guia os passos. Não uma castração, mas um porto seguro aonde vamos quando as tormentas deste mundo de provações ameaçam-nos com um naufrágio. Um judeu que se preze sabe quem realmente manda na casa.
- Você escolheu o seu marido?
- Escolhi. E o deixei de molho por uns meses até que demonstrasse respeito por mim... Casei cedo, às vésperas de fazer dezoito anos.
Esther, mãe de Sarah e Jacob, conhecida na comunidade como "A Dona de Casa", conduz placidamente a entrevista, conseguindo simpatia dos presentes para com o judaísmo e até confirmando convites para uma visita à sinagoga. Ninguém reconhece a pugilista de batom que desacordou a antecessora da Carolina. Mas quando o assunto é religião, sempre aparece uma serpente para contaminar o paraíso. Uma fiél da igreja "Deus é Só Meu e Ninguém Tasca" se manifesta, afirmando que vai tirar os filhos daquela escola de ímpios...
- Que absurdo é esse em falar que o Meu Senhor Jesus era judeu? Ele é o Deus vivo, o rei dos reis...
- Descendente directo de Davi. Ele escolheu nascer judeu, não existia cristianismo naquela época.
- Não, existiam as trevas, o reinado de Satanás. Vocês rejeitaram e mataram o Messias!
- Está parecendo daqueles jornalistas que falam de Israel e só soltam besteiras. Ele foi crucificado por uma elite que se rendeu à sedução de poder dos romanos. Pela coragem que teve em cutucar feridas publicamente, é sim digno de admiração e respeito. Ele estudou a Torat, (com toda aquela sabedoria) a Kabbalah e conhecia nossas tradições como o judeu que escolheu ser.
A fanática solta uma gargalhada que ressona por todo o ginásio, não só isto, fica claro que não são risos de ironia ou humor, mas risos nervosos de ódio incontido. Fica claro que só não investe contra Esther porque sabe que apanharia. Ela começa a declamar o velho testamento de frente para trás, de trás para frente, da direita para a esquerda e vice-versa. Não que saiba o que significa a maioria das palavras, apenas memorizou sistematicamente...
- Você gosta do Velho Testamento?
- Eu amo a Palavra do Senhor, é minha muleta, meu amparo, meu abrigo...
- Então você gosta um pouco do judaísmo. O Velho Testamento foi todo tirado da Torat. Tudo o que você disse eu aprendi no idioma original, sem distorções e perdas por traduções sucessivas, em hebraico. Por exemplo, Eva não foi nasceu da costela, os dois eram unidos pela costela e foram separados. Vocês não devem levar ao pé da letra um documento redigido ao longo de milênios, rico em entrelinhas e com passagens que só os sacerdotes mais preparados estão aptos a compreender. Toda a alegoria da Gênesis é uma lição de maturidade para a vida, não um relato histórico e histérico de um deus rancoroso que dá as costas pela primeira falha de seus filhos. Ele sabe que somos falhos, não exigiria santidade de quem mal sabe raciocinar e amar menos ainda.
A fanática faz uma cara de desprezo, sem esconder que ferve por dentro, apontando-lhe o dedo...
- Eu serei recebida com honras de rainha, pelos anjos. Do meu trono, no céu, eu rirei vendo você ser queimada e atormentada no inferno.
- Você já está no inferno.
- Ra, ra, ra, ra, ra, ra, ra, ra, ra, ra, ra, ra, ra, ra, ra, ra, ra, ra, ra, ra! Eu sou eleita, eu tenho direito de decidir quem vem comigo ou não para o céu, e você não vai.
- Lamento informar, eu já estou no céu, você já está no seu próprio inferno.
- Eu sou abençoada, tenho carro novo, casa grande, fiscal nenhum me enche o saco, sou amiga de políticos...
- E depois vocês se perguntam porque existem tantos ateus no mundo. Jesus não admitiu que os apóstolos sonegassem, tanto que ajudou Pedro a pagar o imposto. Agora compreendo quais são suas motivações e porque seu marido pediu o divórcio.
Ela emudece, faz uma repentina gritaria como se estivesse na igreja e sai jurando vingança santa. Esther se vira para os presentes, lamenta o ocorrido e continua, sendo interpelada pela directora...
- Então isso é ser judia? Você estava muito segura do que disse, deu uma demonstração de cultura e dompinio de causa fantástico.
- É obrigação de um judeu ter consciência do que é. Eu tenho uma visão clara do mundo e do meu mundo. Eu acredito na minha religião, vivo o judaismo, mesmo quando passamos por uma crise que quase custou o meu casamento. Vejo que não dá mais tempo para dizer tudo o que pretendia, mas trouxe uma Torat em português, bem resumida e comentada para quem se interessar.
É necessário fazer um sortei que agracia uma aluna atéia. Mas antes de encerrar, pedem que explique o que quis dizer, embora alguns façam uma boa idéia, com ela já estar no céu e a outra no inferno...
- Nós temos livre arbítrio. Ninguém te manda para lugar nenhum, nós é que nos encaminhamos para lá. Ninguém com o coração corrompido atravessa sequer a calçada para o portão celeste, não importa quanto conhecimento teórico tenha e o quanto se destaque em um templo, porque o templo que interessa é justo aquele que aquela senhora desdenhou. Se eu for chamada hoje, vou sem arrependimentos, estou ciente de que tudo o que está ao meu alcance eu faço; edifico o meu lar todos os dias; disponibilizo algumas horas do meu dia por gente que talvez eu nem conheça, e levo meus filhos para que também ajudem; busco ser melhor a cada dia, rogo que Jeovah releve minhas muitas faltas e me ajude a repará-las. Minha família é tremendamente estável, passamos por crises sem desagregação, sem perda de respeito. Eu sou feliz não pela glória de ter sobrevivido ao que nos acometeu, mas apesar do que nos acometeu. Isto, uma vez aprendido, se torna parte de você e ninguém lhe toma. Isto é o céu. Agora vamos, que a Mirtes já nos chama.
Como dona de casa exemplar, Esther trouxe os quitutes de seu próprio forno para a reunião.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Mais tesoura e cola e mais incríveis manchetes chamativas


Então, como já havia comentado com vocês aqui, a mídia em geral parece estar vivendo num momento tesoura-e-cola, só com frases prontas para todas as ocasiões e gerando infinitamente as mesmas expressões, das quais muitas fizeram a alegria do Homem-Chavão e que nos dão contante sensação de dejà-vu.

E não é só a mídia de fofocas que vive dos control+c control+v da vida, não. O "jornalismo sério" é lotado destes chavões. Eu chego a acreditar que eles devem mesmo ter o tal banco de frases-para-todas-as-ocasiões, e dali vão catando e formando as notícias, podendo até mesmo inventar um fato novinho em folha. Nesse banco, tem, com certeza, essas cinco pérolas:
1. " O índice da/do [insira aqui a bolsa/indicador da moda] mostra que o mercado reagiu [insira bem/mal/variantes conforme você queira puxar ou não o saco do/s governo/empresa/EUA] ao\às [insira aqui medidas econômicas/atentado/escândalo/etc.]
2. "O inverno chegou bem quente no/a [insira aqui lugar frio do Brasil], não é mesmo, fulano/a?". Frase-deixa que pode se seguir de reportagem sobre o tempo/moda de inverno/consumo de sorvete e outras do gênero.
3. "Mal acabou o [qualquer evento/estação do ano] e já se iniciam os preparativos para o [próximo evento/estação do ano ou o mesmo evento no ano seguinte]". Especialmente usada no Carnaval e no Natal. Também pode ser deixa para as famosas reportagens de liquidações.
4. "Já é [qualquer evento/estação do ano] em [qualquer lugar do planeta]". O Reveillon, Carnaval e Natal são as vítimas preferenciais dessa expressão que é quase uma presença obrigatória midiática.
5. "O brasileiro deixa tudo para última hora e os/as [lojas, shoppings e quetais] lotam às vésperas do/a/em pleno [qualquer evento do ano, principalmente Natal e Dia das mães].
Sugira sua própria frase à lista e concorra a um post inteirinho só pra você!
:)