sexta-feira, 3 de julho de 2009

O Bem Pensar II (resposta a Nanael)

Ceticismo não é uma coisa que nasça conosco. Levando-se em conta a religiosidade do povo brasileiro, que mesmo em situações das mais precárias (vide o chão rachado pela seca no sertão nordestino), ainda assim, nosso povo mantém crenças, costumes, e crendices ligadas à religiosidade, tal como o tão celebrado Padim Ciço. Dizer-nos um povo que não tem cultura religiosa é ofender até mesmo aos índigenas, que ainda hoje são massacrados, ditos como "selvagens". Mas que na verdade, são BEM MAIS civilizados que nós outros. Ceticismo é uma coisa que se cria, com o tempo, por conta do egoísmo nosso. De acharmos que a vida tem que ser como queremos, lição tão bem ensinada pelo cinema infantil americano. Sempre temos (sempre mesmo, e sei que os hipócritas dirão "EU NÃO!") uma religiosidade fundada na infância, que vai se destruir por nosso próprio orgulho e egoísmo, durante a vida que vai seguir.

Cristãos, ah, os cristãos. Boa parte gosta de bater no peito e gritar o nome do Cristo, como se o mesmo fosse surdo. Ou precisasse ser lembrado o tempo todo da existência do tal que grita seu nome ininterruptamente. Embora boa parte dos "ditos" cristãos, falem mais o nome do Coisa Ruim, do que do próprio Cristo, ou de Deus.

Astrologia era usada até pela Medicina. Porém, quando se chegou na Época do (mal nomeado) Iluminismo, tudo passou a ser classificado como crença. De certa forma, o mesmo erro foi cometido pelos antropólogos modernos, que dizem ser Deus uma criação do Homem. Aí se chega naquele ponto, pra mim um verdadeiro novelo que precisaria ser desfiado pelos 5 séculos que devem se seguir, daqui pra frente: a necessidade acadêmica de sempre se querer saber mais que o outro.

Antropólogos leem um livro de História, um de Sociologia, e um de Maquiavel. E se arvoram em fazer análises psicológicas de um grupo. Ainda mais um grupo que não conheceram, nem nunca terão chances de entrevistar, como o Homem primitivo.

Não que eu creia na Gênese Bíblica, mas há testemunha ocular pra refutar, com toda a certeza e fatos para comprovar, que Adão e Eva não existiram?

Mais simples e mais aceitável, pra mim, é a idéia da fábula. E uma vez que Deus criou o homem do barro, não seria interessante pensar que os homens com "pele cor de barro" são os mesmos indígenas que consideramos primitivos demais?

Apenas especulação.

"Hoje sei o que é de verdade a astrologia, a magia, a religião, a fé, o milagre, sei diferenciar uma parábola fabulosa de um relato histórico. Mas para isso eu precisei mergulhar no mais baixo e gélido abismo de meu próprio inferno." (Nanael Soubaim)

É quase sempre assim, meu irmão. Como dito sabiamente pelos que estão acima de nós, só aprendemos "pelo amor ou pela dor". Mas pela nossa própria condição, acabamos aprendendo mais pela dor do que pelo amor.

Os que creem, normalmente, tem a tendência à serem exagerados. E acabam assim criando aquele mito nocivo do "MEU" Deus. Que é melhor que o seu. E se você não estiver com o "MEU" Deus, você está perdido e sozinho no mundo. E isso afasta muita gente. Ninguem gosta de ser forçado à nada. E nem o Onipotente deseja isso. Deseja que aceitemos de nosso coração, e por vontade própria. O que nos remete à situação dos Cristãos Novos, na época do Império.

Negar à tudo, e negar até mesmo a Existência, é algo mais comum do que pensa. Vários filósofos já disseram o mesmo. Procure Berkeley, Schopenhauer, procure Nietzsche, procure Sartre. E porque não, algumas linhas Budistas. Lá você vai ver gente que segue por séculos essa mesma idéia. E morre pensando que tudo é assim.

Mas como disse-me você, uma vez, "NADA VEM DO NADA". Axioma que muitos ditos cientistas esquecem.

"A maioria dos céticos simplesmente conclui que cometeu algum erro de cálculo e que deve confiar cegamente nos diplomas e na pompa dos acadêmicos. eu conclui ter cometido algum erro, mas nunca confiei na infalibilidade de um homem, ainda mais no jogo de poderes e vaidades que é a comunidade científica, bem mais machista e racista do que os leigos podem supor, como qualquer entidade que detenha um poder significativo." (Nanael Soubaim)

Aqui eu não tenho nada mais à acrescentar, meu irmão. Apenas gostaria que Dave Coelho entendesse nisso o que eu chamo de "Idiotismo Acadêmico".

"Porque ateísmo tem muito de orgulho, bem pouco de crença na inexistência, que não existe." Isso eu tive uma conversa com amigos de fé, e que chegamos exatamente nesse ponto. Pra não crer em Deus, você precisa crer. Porque se você naturalmente não acredita, então você nunca teve crença alguma. Mas para negar, é preciso crer. Isso me lembra a questão de que MUITOS que se dizem ateus ou céticos, o são por conta de Papai Noel. Chegam num ponto: "Me disseram que Papai Noel existe, e ele não existe. LOGO, se me disseram que Deus existe, então, Ele não existe também".

E a crença real sempre vem pelos meios mais estranhos. Pode ser uma doença (psicológica, como no meu caso), um livro, um filme (já conheci várias pessoas que se abriram pra realidade espiritual por conta do filme "Amor além da Vida"), ou uma visão, ou algo assim. Mas vem, e vem com força. Nas suas palavras, "A porta para a verdade estava não aberta, mas arrancada do portal e transformada em lenha para a lareira".

O hábito da leitura, especialmente aquilo que traz entendimento, é algo que deveria ser mais cultivado, e sempre acontece com quem tem necessidade de saber. Disse o Cristo "Aquele que tem ouvidos de ouvir, ouça". Pra nossa geração, seria "aquele que tem olhos pra ler, leia".

E contos de fada, normalmente tem mais verdade que muitas estórias DITAS reais. Para você que tem uma mente já aberta, é só ler "O Senhor dos Anéis" pra entender. Alice no Pais das Maravilhas, é só um devaneio de Lewis Carrol. Como tantos outros. Em tempo, pra quem conhece a estória, basta saber que Lewis era pedófilo, viciado em jogo e alcoólatra. Quem tem olhos de ler, leia. [2]

Disse Einstein: "A Fé sem a Ciência é cega. A Ciência sem a Fé é manca". Isso já diz tudo. Uma não pode viver sem a outra. Sua separação criou doenças e chagas na Humanidade, que até hoje tanto uma quanto a outra tentam curar. Mas só encontrarão a cura quando se unirem. Como foi um dia.

Sempre há um responsável, alguém que nos tira o véu dos olhos, e nos faz entender o que de verdade acontece, conosco e com o mundo. No meu caso, foram WW da Matta e Silva, Francisco Rivas Neto, Jacob Boheme, John Dee, Eliphas Levi, Mme. Blavatsky, e claro, Allan Kardec. Bem como Francisco Candido Xavier (com Emmanuel e André Luiz). E eu agradeço todos os dias por ter tido contato com o que todos eles podem ensinar.

Não dá pra ser bicho-grilo, ainda mais depois de se ter idéia do quanto existe para ser feito. Não só por nós mesmos, mas pelos nossos irmãos, e pelo mundo. E em nome de Deus.

E eu sou Taurino com ascendente em Capricórnio. Terra até os olhos. E pé no chão, as well.

O Pensamento tem que ser cético, meu querido. Não se pode deixar enganar, principalmente pra quem já leu, estudou, viveu e viu tanto. E ainda tem tanto para aprender. E fazer.

E aqueles que vendem milagres, isso sempre vai existir, creio eu. Profissão de fé, é algo que sempre vai existir. Porque num mundo capitalista, até a fé é comercializada. Mas não nos cabe julgar. Apenas orar pra que tenham noção do que fazem. Volto a citar o Nazareno: "Pai, perdoai-lhes, pois não sabem o que fazem".

E sim, o inimigo está realmente DENTRO das igrejas, dos templos. Isso me lembra a questão do verdadeiro fim da Atlântida, das Guerras Mágicas. Ensinar para quem não tem discernimento pra saber usar. Para quem não tem MORAL para usar. ISSO é perigoso. Muito mais que armas, muito mais que bombas. Quem não sabe, Atlântida caiu por que se resolveu ensinar a magia para todos, sem distinção. Aqueles que não tinham moral para SABER usar, acabaram criando aquilo que se subvencionou chamar "magia negra", ou seja, aquela feita para ferir, contundir, e até mesmo matar. Assim se iniciaram as Guerras Mágicas. E essa guerra que acabou por afundar a Atlântida. Os próprios Atlantes foram responsáveis por seu próprio fim. Qualquer semelhança com isso, e os homens que criam armas, NÃO É mera coincidência.

Médiuns de verdade, são poucos, irmão. MUITOS querem realmente ser o novo Chico Xavier. Mas esbarram em suas próprias viciações. Em seus próprios erros. E não alcançam. Porque não tem a mesma capacidade de auto-anulação do Chico. Ele fazia isso naturalmente. Sofria algumas vezes, mas mantinha-se sempre no propósito firme. Poucos sabem ou lembram disso. E vão sofrer porque não podem ser como ele.

Os seres Elementais, em verdade, não tem noção de bem e mal. Se aproximam de quem consideram seja algo de interessante. Vide as fábulas a respeito dos próprios Gnomos da Terra.

Realmente, não adianta argumentar com céticos. Apenas orar por eles. Aprendi isso a duras penas. E você sabe muito bem que tem um, bem encarniçado, que em vários momentos, me inferniza. Mas só posso pedir que Deus tenha piedade da alma dele.

Além da Mitologia Grega, eu sugeriria estudar também a Nórdica, a Africana, e a Bramane. Sem esquecer também os Indígenas, não apenas os nossos, e os já conhecidos Maias Astecas e Incas, mas também algumas tribos Norte Americanas. Tal como os Pueblos, os Cherokees (sim, não é apenas o nome de um carro), os Moicanos e tantos outros.

"Se antes eu pensava que pensava, hoje sei que só rudimento. Aos que estão pensando que finjo ser a criatura mais humilde do mundo, vá cuidar de sua vida." (Nanael Soubaim)

Tudo o que posso dizer agora, é: ASSINO EMBAIXO.




Pra quem não sabe, foi basicamente isto que Nanis viu...

2 comentários:

Adriane Schroeder disse...

Excelente texto, Fio. Você e o Nanael precisam discutir mais vezes,. Quem ganha somos nós.

Nanael Soubaim disse...

Este texto me arrancou o primeiro sorriso do dia. Obrigado, fiote.