sexta-feira, 31 de julho de 2009

O Reino do Apocalipse

Capítulo I – O Início do Fim


Ele viu a porta entreaberta. O sangue já estava empapado em suas mãos. Precisava de um lugar para descansar.

Ou morrer.

Sentia um formigamento forte no abdome, talvez por ter perdido muito sangue. Talvez fosse a dor, que ele já não sentia mais. Talvez fosse esse o fim.

Entrou. Procurou um lugar onde se apoiar.

Não. O formigamento não era a dor.

A dor vinha agora, lancinante. Ele sentia como se algo fosse pular de dentro de seu corpo.

A respiração era forçada. Ele praticamente não podia enxergar mais nada. Não conseguia definir qualquer coisa que estivesse à sua frente.

Novamente a dor.

Desta vez, ele caiu no chão. E não tinha forças para se levantar outra vez.

Tentava estancar o sangue, que vinha do corte no seu abdome. Ele apenas tateava a área do ferimento.

Lembrou-se de Vie.

Onde estaria ela?

Dor.

Ele a havia perdido, quando o terremoto abalou Londres.

Dor.

“Eu te amo, Vie”, e as lágrimas começaram a rolar pelo seu rosto.

---§---

Meados de 2002, Londres.

Ele andava pela Abbey Road, aquela mesma, dos Beatles. Acabara de chegar à cidade, e precisava ver certos lugares.

Emprego, ele poderia arrumar depois.

Imigração? Quem se preocupa com isso?

Era necessário agora ver tudo aquilo que ele sempre quis ver. A Abbey Road, a Abadia de Westminster, o Palácio de Buckingham, o Big Ben, e, principalmente, os pubs e casas noturnas. Beber, dançar e tomar ecstasy. Isso sim era vida.

Era... Mas o dinheiro acabou em uma semana.

Dormiu na rua por quase um mês, até conseguir um emprego. Cozinheiro. O dinheiro deu pra pagar um quarto cheio de pulgas, e comprar algumas roupas, afinal, o inverno estava chegando. E só. Depois só deu pra pagar o aluguel.

Mas tudo bem. Ele podia comer no restaurante. E sempre sobrava alguma coisa pra levar pra casa.

---§---

Nada mais fazia diferença.

Dor.

Se esse era o fim, ele se sentia feliz. Finalmente, tudo acabaria.

Dor.

---§---

Anos 90, São Paulo, Brasil.

Na escola, sempre foi um aluno (como dizia seu professor de Matemática) sofrível.

A vida não era “lá essas coisas”, mas ele nunca havia passado fome.

Sua mãe não era exatamente o que se poderia chamar de “mãe carinhosa”, mas sempre cuidou para que ele fosse alguém. Embora ele nunca tivesse se interessado pelos estudos, ela tentou incentiva-lo. Mas ele jamais respondeu a isso.

Ele nunca conheceu seu pai.

Tinha decidido sair do Brasil, porque as coisas estavam difíceis. Sua mãe, apesar de ainda ser uma mulher saudável, e muito bonita, não tinha mais o mesmo pique de antes. Dar aulas particulares de inglês não rendia mais tanto. Afinal, uma americana no Brasil, sem experiência de trabalho, não poderia fazer muito mais.

---§---

Dor.

O formigamento estava aumentando.

Sentia agora seus braços formigando também.

A visão começava a turvar.

Dor.

---§---

Era apenas um dia de folga.

Ela estava sentada numa loja da Starbucks Coffee, tomando um latte e lendo. “Ela não é daqui”, ele pensou.

Ele se aproximou, vendo que ela lia “A Metamorfose”, de Kafka, um dos poucos livros que ele tinha lido e gostado. Mais por ser um livro curto, do que pela estória. Afinal, “que sentido há numa estória em que o cara que dá noite pro dia se transforma numa barata?”.

Ela tinha longos cabelos loiros, encaracolados. Grandes olhos azuis, que ela espremia quando não entendia alguma palavra. Seu rosto parecia uma escultura, feita por um daqueles grandes escultores que ele não sabia o nome.

Andou por de trás da mesa em que ela estava, procurando ver que parte da estória ela estava lendo.

Quando descobriu:

- Coitadinha da irmã dele, não acha? Quer ajudá-lo, mas morre de medo dele...

- Com certeza, monsieur. Mas não acha que ela está fazendo o melhor que pode?

- Claro que sim! Só fico com pena dela... Oi, meu nome é Christian... E o seu?

Ela riu daquele rapaz magro, com os cabelos mal arrumados, a barba por fazer, que mais parecia saído de algum livro de Jack Kerouac.

- Meu nome é Genevieve, monsieur. – E riu.

Iniciaram uma conversa sobre escritores alemães, que não durou mais que 5 minutos, afinal, Christian só conhecia Kafka. Ela ainda lhe falou sobre Herman Hesse, mas ele nunca tinha ouvido falar.

Ela era francesa, estava em Londres para fazer seu mestrado. Era formada em Assistência Social. Tinha 25 anos, morava com amigas, também estudantes francesas.

O encontro terminou com a promessa de que ela iria ao restaurante aonde Christian trabalhava.

---§---

Dor novamente.

Fez um esforço, e conseguiu se arrastar até uma parede.

Dor.

A visão passou a escurecer.

---§---

“Malditas formigas!”, pensou ele enquanto limpava o açúcar caído no chão.

O chefe gritou:

- Maldição, Christian! Não somos nouvelle cuisine, mas ao menos, você poderia ter mais cuidado e deixar essa cozinha limpa!

Ele não respondeu, apenas resmungou um “Ok!” e continuou a limpar.

Realmente, não era nouvelle cuisine. Estava mais pra uma daquelas pocilgas que ficam abertas a noite inteira, pra quem estiver com fome, e tiver coragem de encarar comida gordurosa de madrugada.

Acabou de limpar o açúcar do chão, e se levantou para ir fazer mais café.

Ouviu um novo berro do chefe, dizendo pra atender no balcão. Havia clientes, e ele precisava ir “ali do lado”. Christian sabia que era pra investir na “carreira”, mas não ligava. Pelo menos tinha sossego, por uns 10 minutos.

Chegou ao balcão, ainda olhando pra ver se seu chefe havia saído.

Quando se virou, encarou aqueles grandes olhos azuis, aquele cabelo cacheado, aquela pele branca. Já fazia um mês.

Não conseguia encontrar palavras.

- Bonsoir, monsieur. – Ela disse, rindo da expressão de surpresa dele.

- Bonsoir mesmo, né? – Ele respondeu. Já eram 4 da manhã.

- Bem, resolvi cumprir com a minha parte da promessa. E você, vai cumprir a sua?

- Acho que vou ter que fazer o esforço. – Disse ele, sorrindo.

Preparou pra ela um prato de waffles, e uma xícara de café.

- Não é exatamente o que eu chamo de “refeição saudável”, mas está muito bom.

- Obrigado, maisde-mademoiselle.

Ela riu, vendo seu erro. Ele ficou sem jeito.

- Não fique assim, monsieur. Gostei disso. – E sorriu.

Ele sorriu também. Estava completamente sem graça. Mas ficou contente por ela ter gostado. Tinha treinado por uma semana, e mesmo assim, errou. Mas tudo bem. Quem nunca errou querendo impressionar uma garota, afinal?

Depois disso, quase todas as madrugadas, ela aparecia para uma xícara de café e waffles.

Nas madrugadas em que não aparecia, eles haviam ido ao cinema, ao museu, a algum lugar histórico, ou ao apartamento dela.

Nessas noites, Christian saia de lá muito feliz.

---§---

Ele sentia a dor cada vez mais forte.

Via o rosto de Vie em sua mente, e chorava.

Apesar de não ser religioso, pediu perdão a Deus.

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Natal de 2002, Londres.

- Eu sei que eu não tenho nada pra oferecer, eu sei que não tenho nada na vida. Tudo o que eu tenho é uma TV velha, uns dois sapatos. Umas roupas pro frio. Um emprego de merda, nenhuma família pra me orgulhar... Mas eu te amo, Vie, e quero me casar com você.

Ela sorriu.

- Oui, monsieur. Eu digo “Oui”, pra você e pro seu pedido.

---§---

Não era possível distinguir mais nada.

A dor só aumentava. O coração parecia ficar mais lento.

---§---

Maio de 2003, Londres.

O Terremoto atingiu toda a cidade.

Todo o país.

Logo ficaram sabendo que havia sido todo o planeta que havia sentido.

Foi na entrada do Parlamento, que ele a viu a última vez. Ela estava do outro lado da rua.

O Tremor veio, um buraco abriu-se no chão. Fumaça subiu.

---§---

O coração enfraqueceu, mais uma vez.

A escuridão foi tomando conta de seus olhos.

A única coisa que ele distinguia, era aquele estranho brilho.


Seria o tal do túnel?

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Enein tapando buraco

Vinhemos aqui e aqui estamos.
Tudo graças ao enein, que é muito criticado pelo povo, mais se não tivesse o enein nozes não poderíamos estarmos nos formando agora, muito menos entrando junto à faculdade.
Sim, amigos, colegas, profeçores, paises de alunos. Seus filios estarão indo pra faculdade graças ao enein, esse sistema maraviliozo que reconhece as dificuldade de cada um, do povo proletario, mostrando que não é precizo estudar a vida toda na escola particular, nem ser rico pra ter direito de entrar junto à faculdade.
Alinhais, é os ricos que são contra o enein. Porque eles não quer que os filhos de gente pobre também vai pra junto à faculdade, porque rico não trabalha e não sabe o que é sofrer pra trabalhar e estudar. É os ricos que destróe a Amazônia, que mata os elefantes da Amazônia pra fazer casaco de pele, sem nenhum sentimento. Pobre só pode comprar coiza feita na China, porque é baratinha, mais é honesta.
Por isso que estamos perante aos professores agradecendo pelo enein. Porque ajudou as famílhas pobres: Pai, mãe, filio e filia; todo mundo agora pode terminar os estudos. Por isso que a escola de hoje é que é boa, que não tem mais profeçor brigando por besteira, pra gente decorar o que não preciza.
Vamos agradecer junto ao enein, porque ele é que salvou a gente de ser ignorante, de não saber ler e escrever direito. Aqui todo mundo passou de ano, todo mundo tá feliz, só os praiboe que não gosta de ver a gente se formar. Porque nozes aprendemos, não é porque nos ajudaramnos que não não conseguimos aprenderem. Because one of we go be winner, and the one are I. Viu? A gente aprendeu até língoas, eu decorei mais de quinhentas palavras de ingleis. Por que eles acham que a gente não aprende na escola de hoje? É tudo burgezes que não querem abrirem mãos de seus priviléjil.
Mais vamos falar de coisas alegres. Outra coisa boa que apareceu foi as cota. Só racista não gosta de cota. As minoria do Brasil só pode fazer junto à faculdade por causa da cota. Branco rico pode esperar e pagar outra isncrição, pobre não pode, senão também não come. Isso é jostissa. Um dos três poderes do Brasil: Executivo, lejistativo e justificativo, é esse que está sendo feito agora, porque agora nós também podemos poderem ter diploma superior.
É assim que é democrasia. É assim que as coisa começa a funcionar. É assim que o Brasil vai pra frente, porque atrás vigente.
Eu, como orador das turma que estão se formandos hoje, agradeço junto ao enein com esse discurço que eu mesmo escrevi. Porque se não fosse pro enein, eu não sabia escrever bem assim. É graças a isso que não precizo atravessar a fronteira do Brasil com os Estados Unidos, estarei podendo vencer na vida aqui mesmo, como médico sirurjião que eu vou estar sendo.
Obrigado familha (família chorando de emoção) que me apoiou. Obrigado professores (docentes chorando pelo futuro do país) que me ajudou nos momentos mais difícil. Obrigado diretor (este chorando de alegria porque conseguiu um eleitorado para o ano que vem) que coeimbil os abuzos que queriam fazer contra nozes. Obrigado ao corpo peidagojeco (pedagogos pensando em suicídio pelo crime que cometeram contra a humanidade) pelo sistema de passar de ano. Agora é com nozes, porque o futuro do Brasil somos nozes, só nozez.
The winner are I.

Se divertiram? Riram? Não deveriam. Trabalhei algum tempo em escolas públicas e ainda hoje actuo voluntariamente com amigos que trabalham em uma. O que vocês leram não é de todo ficção, é exactamente o que os nossos alunos estão levando para a faculdade. É esse tipo de aluno que poderá vir a operar um de seus entes queridos. Mudanças não ocorrem de um dia para o outro, muito menos quando o que há para se mundar está tão arraigado quanto a mentalidade que hoje reina em nossas escola públicas, e em muitas particulares.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Harry Potter, o enigma do príncipe e meus comentários irrelevantes

Semana passada, eu e Meg fomos ver, finalmente, Harry Potter e O Enigma do Príncipe. Não pretendo fazer uma crítica de cinema, pois não sou habilitada para isso. Mas quero comentar aqui tudo o que o decoro e o respeito ao próximo me impediram de falar em voz alta na sala de exibição.

Pra quê tanta escuridão, Maria de Fátima? O filme é todo cinza! Sempre que apareciam cenas externas, ou estava nevando, ou estava nublado. Me deu a maior vontade de cantar “Let the sunshine in! Leeeeeeet the sunshine in!”. Coisa deprimente. Ok, o diretor deve ter feito isso para simbolizar que os tempos eram sombrios, com a volta de Voldemort ao poder e tudo o mais. Bizarro: ao sair do metrô, estava chovendo muito lá fora!

Tive vontade de jogar o saquinho de pipoca na tela e sair do cinema chorando quando vi a nova Hogwarts. O que fizeram com a escola? Fiquei muito triste ao ver que aquela não é a escola que nós conhecemos e aprendemos a amar. Fizeram uma reforma nas férias? Claro que sim, afinal, ninguém tinha nada com o que se preocupar, não é? Um vilão sem nariz não é tão perigoso assim... Vamos redecorar tudo, amiga!

Ainda falando da escola, ninguém usa mais uniforme, não? Que decadência. Sempre odiei ver os bruxos vestidos com roupas de trouxa nos filmes. Custa tanto assim fazer “vestes”, como nos livros? E o que eram aquelas camisetinhas da Grifinória? Se bem que eu mataria para ter uma daquelas...

Outros pecados imperdoáveis:

a) Os cabelos de Snape não estavam oleosos o suficiente;

b) Gina Weasley, assim como toda a sua família, deveria ser ruiva. Por que o cabelo dela estava castanho-avermelhado? Faltou verba para a tintura? Se o Tom Felton descolore os cabelos sempre que vai interpretar o Draco Malfoy, por que essa atrizinha sem sal não pode meter uma química na cabeleira? Hein?

c) Narcisa Malfoy estava sem esmalte, sem ao menos uma base, na cena do Voto Perpétuo! Imagine se uma mulher que é puro luxo, glamour e ostentação andaria por aí com as unhas nuas! Jamais! Eu queria ver Cissy usando um vermelho-biscate-sanguinolento.

d) Finalmente, o que é o cabelo da Tonks, minha gente? Coisa horrorosa! Ela era tão bonitinha antes. Sabe o que ficou parecendo? O pessoal do Fresno!

Como assim?

A maioria dos fãs reclama que muitas partes dos livros são cortadas quando se transformam em filmes. Besteira. Isso é inevitável, porque trata-se de um filme, e não de um seriado com várias temporadas. Já me conformei que nem tudo que se passa no livro é transposto para a tela. O que eu não suporto, mesmo, é quando eles acrescentam coisas que não existem. Será que o material literário não é bom o suficiente?

No Enigma do Príncipe, por exemplo, a parte que eu achei mais uó foi que todo mundo sabia que Draco Malfoy tinha virado partidário de Voldemort. Todo mundo, até mesmo pessoas que mal o conheciam. Com isso, a história perdeu boa parte da graça. Harry Potter nem passou boa parte do ano letivo obcecado por Draco Malfoy... Poxa vida, isso seria tão romântico de se ver!

Outra coisa muito boa de se ver seria Narcisa Malfoy deixando a arrogância de lado e implorando a ajuda de Snape. É uma das melhores passagens do livro. No filme, Narcisa estava muito em cima do salto, não derramou uma lagriminha sequer! Ela parecia que estava num evento social, e não preocupadíssima, desesperadíssima, topando qualquer coisa para salvar seu único e precioso filho. E, ainda por cima, sem esmalte. Uó.


E por que diabos Dumbledore não disse a frase “Não estou preocupado, Harry. Estou com você”, quando eles estavam voltando da aventura do medalhão? Perderam a chance de nos proporcionar um momento “awwwnnnnn”.

Juntando tudo e resumindo um bocado, ainda não sei se gostei ou não do filme. Esses fãs de Harry Potter nunca ficam contentes com nada!

Hobbitzes!


sábado, 25 de julho de 2009

Desadolescidos

Adolescência é como uma fase, como tal, tem tempo para começar e findar. Não simplesmente pelo factor idade, mas pelas próprias transformações físicas, químicas e psicológicas inerentes. É uma questão matemática, a soma de todo o contexto (mudança física, percepção diferente do mundo em volta, impulsos hormonais, modo como a sociedade reage, et cétera) é que torna o indivíduo um adolescente. Eu disse "um" e não "o adolescente", porque embora pareçam todos iguais, e o comércio quer que se pareçam, são tão insuportáveis uns para os outros quanto o são para nós.

O papel mais importante da adolescência não é controlar a taxa de crescimento da espécie humana, pela mortalidade causada pelo comportamento irresponsável, embora quase tudo indique que seja. A adolescência é como um túnel, um rito prolongado de passagem para a vida adulta. Sua mais importante função é preparar o indivíduo para assumir sua responsabilidade para com a comunidade em que vive, preparando sua mente de modo que o desfazer de ilusões da infância não seja uma desilusão para com a infância. Deveria ser assim.

Uma adolescência salutar torna a pessoa mais propensa às mudanças que fatalmente virão, aguçando sua curiosidade e melhorando suas respostas aos estímulos, tornando ainda o corpo mais resistente e mais pronto à cicatrização. Adolescente não se cansa porque é adolescente, faz parte dos princípios da época. Aproveitar bem esse recurso chega a ser uma obrigação do indivíduo, uma adolescência bem aproveitada forma um adulto feliz e de bem com a vida. Mais uma vez, deveria ser assim. Nem sempre é.

Se não for possível usufruir da época propícia, não há o que fazer, a lacuna permanecerá e incomodará até o fim da vida. As oportunidades não aproveitadas, sejam quais forem os motivos, não voltam. Havia um amparo, do qual se foi privado, ao aprendizado duro e perigoso pertinente à idade. As lições foram ministradas sem o auxílio, que já não serve, é roupa que não entra mais ainda que se queira vestí-la. Os socorros não prestados no momento adequado, não ajudam mais. Mais ou menos como o medicamento certo para a doença certa, mas no momento tardio.

A admiração que o adulto tem pela época juvenil pode ser reconfortante, mas deste modo ganha um sabor de fel. Aqui há três caminhos básicos a serem seguidos, pelos que não ficaram para trás; A tentativa de reviver ou recuperar o que não pôde ser vivido, transforma o indivíduo em um Peter Pã, com comportamentos infantís, extravagantes, tentando o tempo inteiro se convencer de que ainda tem quinze anos, embora o corpo avise o tempo todo que não; Outro caminho é a da negação, levando à repulsa de tudo o que for relaciodado à juventude, quase sempre gerando um conservadorismo exacerbado e inflexível, capaz de trancar o indivíduo em um casulo que não lhe permite enxergar absolutamente nada de bom nas novidades. Tentar chamar os dois casos à razão, pode render uma inimizade ferrenha. O terceiro caminho é absolutamente insuspeitável. O indivíduo parece ser um adulto saudável, normal, mas é dos que mais sofrem. Ainda que consiga passar impávido pela privação da adolescência, não passa incólume. Por dentro a postura equilibrada vai cobrando seu preço, pois precisa compensar a lacuna, com isso gerando mais lacunas, mais frustrações. Chega o momento em que se torna uma pessoa amarga, frustrada e de mal com a vida; a partir de então não se pode prever seu comportamento, porque as lembranças (ainda que inconscientes) continuam ferindo, mas não matam. O comportamento pode ser atribuído à idade, ou a propensão da própria pessoa à rabugice, embora continue sendo uma boa pessoa. Porém, é o caso mais fácil de ser tratado, se é que o adjetivo cabe aqui. A pessoa tem boas lembranças, apenas não pôde usufruir da época. Embora haja um certo masoquismo em buscar dados, imagens, vídeos e músicas de época, tudo isto preenche momentâneamente as lacunas deixadas, ajudando a aliviar a pressão interna à qual a negligência familiar e social impôs. O indivíduo pode, então, se valer de seu próprio arquivo para facilitar o tratamento. Mas é preciso buscar por ele.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Dias e dias e dias...

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Pássaro*

Mostra-me em teu vôo
tua liberdade;
eu te mostrarei, em teus limites,
a minha prisão.
Canta sem motivo,
num dia chuvoso;
eu te mostrarei minhas lágrimas,
num dia pleno de sol.
Faz-me o desafio de ganhar o céu,
eu te responderei, da minha gaiola,
que aqui tenho, pelo menos,
comida e água.
Rebelde, em acrobacias tentas seduzir-me,
mas tenho os pensamentos presos à terra,
os pés bem plantados no poleiro.
Eu posso gritar minha mágoa
e mostrar-te que também não és livre:
teu limite é a tua asa,
o teu vôo, meu cárcere,
minha lágrima, tua culpa,
meu protesto, teu julgamento.
Vai e voa!
E mostra-me que talvez valha a pena
ter a prisão que tens.
Vai e canta!
E diz-me que teu canto é tua arma
e que meu medo é a tua alma
e que eu também posso ser
um pouco como tu és.

"O teu vôo, meu cárcere..."


* Texto da Dri, que está impossibilitada devido a vecchiaglia avançada. Esclerose múltipla ou Alzheimer são aguardados para os próximos meses.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Um breve intervalo comercial...

Só pra constar que Luna e Rafa já se encontram em SP.

Rafa ainda não deu sinais de vida. Mas Luna se encontra forte e com saúde.

E como prova


Deb e Fabinho com cara de desprezo pelos reles mortais...

sábado, 18 de julho de 2009

Electrokombosophica

A Kombi subia a Marginal Pinheiros tranqüilamente. Enquanto os motoristas dos outros veículos se desgastavam no congestionamento, queimando combustível em aceleradas inúteis, apenas para esvair a frustração, o daquela Kombi 1976 pisava placidamente no acelerador, tirando o pé quando o fluxo parava.

Uma Kombi comum, sem qualquer adereço, sem pintura estravagante, apenas rodas da Saveiro e retrovisores do Marea. Nada explicava a calma daquele motorista.

Todos os carros fazendo barulho, jogando fumaça, com trocas frenéticas de marchas, e aquela Kombi indo silente e serena a uma média de 8km/h. A média do trânsito.

O motorista da kombi simplesmente olhava o crepúsculo, sacava a câmera e batia uma photographia. Sua postura, porém, passava desapercebia aos outros motoristas, que ligavam masoquistamente os rádios para saberem quantos quilômetros de lentidão ainda havia pela frente. Só aumentava. O teto preto não aumentava o calor interno, tinha uma boa ventilação, que pegava o ar mais rente ao asfalto, livre de fumaça.

Finalmente os veículos acidentados foram removidos para a margem da marginal e os carros começaram a fazer mais que vinte por hora. E dá-lhe trocas estressadas de marchas, para logo em seguida parar e voltar à primeira. Exceto o motorista daquela Kombi 1985, em sua calma cor bege. Um pão de forma que não desperta cobiça em quase ninguém, mas serve à sua família e ao seu transporte pessoal até a faculdade. Enquanto os outros andam a menos de trinta em carros que podem atingir até doze vezes mais velocidade, mudando três ou quatro vezes de marchas em menos de dez metros, ele só usa o acelerador.

Finalmente retiram os acidentados e o trânsito começa a justificar o nome. Ele se mantém á direita, a oitenta por hora, enquanto gente que anseia por protagonizar novos acidentes voa a mais de cem.

O ronco dos motores não permitiu que apreciassem a maior peculiaridade daquela Kombi, ela não produz ruídos. O professor de philosophia a arrematou por uma ninharia em um leilão do Detran, bem como um lote de baterias apreendidas e contou com a cooperação de colegas de engenharia mecânica. Essa Kombi, que chegou em casa com mais de dois terços de carga nas baterias, é eléctrica.

Em vez de o carro ter que suportar os quatrocentos quilos extras, uma estrutura própria foi montada para unir as rodas traseiras, a suspensão, suportar as baterias, e é sobre ela que o monobloco (o carro em si) é fixado. Dez quilowats em cada roda dão desempenho mais que suficiente para essa Kombi aliviada e aerodinamizada. O preto do teto é uma camada de placas solares, que alimentaram a ventilação.

Para viagens ele usa sua Volvo S80, mas para uso urbano a Kombosa chocante reina absoluta.

Adepto de um socratismo renovado, pôs em prática o que estudou o o que acreditava. Os filhos chiaram? Chiaram. Vizinhos zombaram, a família quis internar, a esposa resistiu a entrar naquela pão-de-forma. Mas o próprio Sócrates enfrentou muito mais do que isto e não recuou. Sua única arma para enfrentar a sede por status vazio foi a própria philosophia, dentro da qual tem uma frase preferida, que pintou no pára-choques traseiro: Acreditar e não viver é desonesto. O silêncio, a confiabilidade mesmo sob temporais e enchentes, a economia e a simpatia que aquela Kombi amealhou entre os amigos de verdade, tudo isso convenceu esposa e filhos. Não era para produção em série, não pretendia vender, então não precisava usar soluções com apelo mercadológico, simplesmente engenharia prática e pragmática. Sem marchas, sem embrenhagem, sem ter que dar arranque, sem riscos de apagar em ladeiras, sem a mínima possibilidade de não pegar em manhãs por mais gélidas que sejam.

Por que ele comprou e transformou a Kombi? Porque é um homem honesto. Não tem tempo para participar de palestras ecológicas e caminnhadas simbólicas contra o aquecimento global. Ele simplesmente já sabia o que fazer e o que podia fazer, como a maioria de nós. Fez.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

A Arca de Noé: boa música, boas lembranças


Era o ano de 1980. Só quem viveu nessa época sabe quanta coisa estranha aconteceu nesse período. Mas, nesse ano, seria levado ao ar um dos melhores programas de música infantil: "A Arca de Noé".

Bam-bam-bans da MPB e alguns iniciados apresentaram, diante de olhos extasiados de adultos e crianças, uma seleção musical de Vinícius e Toquinho, canções que seriam cantadas em toda parte, invadiriam os recreios e com certeza estão na memória afetiva de todos os que tiveram a oportunidade de ver momentos como:

1. Fábio Júnior cantando "A porta". Canção doce, com momentos de tristeza e alegria, traz uma mensagem de esperança ao final: "Eu fecho a frente da casa/fecho a frente do quartel/fecho tudo no mundo, só vivo aberta no céu". Umas lagriminhas brotavam em mim ao ouvir estes versos...
2. MPB-4 fazendo uma festa só com "O Pato". Essa em especial era ouvida nos recreios, pátios e quintais. Sei de cor até hoje.
3. Ney Matogrosso defendendo "São Francisco". Fabulosa, linda. Pra mim, que sou protestante, parece até uma incoerência. Mas a gente foi ensinado a respeitar os grandes nomes cristãos, e São Francisco é um de meus preferidos. E lágrimas também corriam dessa maravilha de canção.
4. Boca Livre trazendo "A casa". Cheia de imagens linguísticas contraditórias e alegres, fez com que um bocado de crianças corresse pra descobrir o que vinha a ser "esmero".
5. Walter Franco, muito paramentado e com um sincronismo divertido, brindava-nos com "O relógio". Uma reflexão onomatopaica sobre o tempo, muito boa para discutir esse conceito de forma lúdica.
E teve outras boas produções dessa época também, como "A Arca de Noé II". Prova de que criança gosta do que é bom, sim, basta ser apresentada a ele.

sábado, 11 de julho de 2009

Para condomínios

Para quem prefere pagar o preço de duas casas por um imóvel com a metade do tamanho, minhas sugestões.

Na sala o uso de assentos de fibra-de-vidro ou plástico soprado, com um fino acolchoado, como nos ônibus coletivos. Se a qualidade do acabamento for melhor que a média, talvez agüente uma leve estante de alumínio pendurada no teto. Nada de mesa de centro, é um luxo que os poucos metros quadrados não permitem.

Na cozinha uma revolução, o fogão vertical. As bocas não ficam mais no mesmo plano, mas na mesma coluna. Os armários virão de fábrica com as panelas e os pratos, todos no tamanho certo para que caibam e se encaixem. Não preciso dizer que a reposição de uma só peça custará os olhos da cara, então os pratos seriam madeira ou alumínio, para que não se quebrem a qualquer queda. A geladeira teria dois metros de altura, para poder caber no cubículo e ainda ter espaço para guardar algo.

A área de serviço teria um tanque flexível em uma armação metálica, para poder ser recolhido quando não estiver em uso. Rodos e vassouras ficariam guardados em ganchos no teto. Lave roupa três vezes por semana, para que não acumulem, pois não há lugar para ela. Aliás, melhor passar o dia pelado, para economizar. Deixe a roupa para quando houver visitas ou precisar sair.

Os quartos terão poltronas reclináveis, ocupam muito menos espaço do que as camas e podem ser usadas para trabalhar ao computador. Não aquelas largas poltronas do papai, mas poltronas esbeltas, no tamanho exacto para acomodar os usuários. Com isso sobra algum espaço para o guarda-roupas, cujas portas serão de lona, com abertura por zíper.

O banheiro terá um vaso anatômico, para que suas pequenas dimensões não causem muito desconforto ao apertado. A pia terá o tamanho de duas ou três mãos adultas, praticamente uma cuia. Aliás, esqueçam a cerâmica, tudo será de poliéster ou acrílico, o que for mais barato na época da construção.

A área de lazer será o que couber em baixo do edifício. Não tentem chamar todo mundo para uma festinha, não caberá. Façam rodízio, os moradores dos apartamentos ímpares se servem e sobem, depois os dos apartamentos pares. Se chamarem gente de fora a cousa complica.

A garagem. Sonho e pesadelo, onde os menores modelos do mercado passam raspando, onde mesmo uma Romi Isetta precisaria fazer manobras para se encaixar. Vocês não acham que eles estavam falando sério, quando mostraram o modelo decorado, acham? Aquela vaguinha apertada onde cabe um carro pequeno, na verdade, é impossível. No modelo ela está sozinha e tu podes fazer manobras com liberdade, a garagem de verdade está no meio das outras e das pilastras de concreto, quadradas e contundentes, onde até um Fiat 147 corre o risco de ficar preso. raspe a polpança e compre um micro carro japonês.

Não gostou? Então, em vez de alimentar a ganância irresponsável das empreiteiras, que contam com a plena aquiescência estatal, compre uma casa com o dobro do tamanho e metade do preço, que de quebra não tem condomínio. Não há gente se vangloriando de ter entregue apertamentos com pouco mais de 50m² à população carente? Eles só fazem isso porque vocês deixam. Se vocês param de pagar um pelo que daria bons lucros se vendido por meio, a especulação desaparece. O preço da terra é o que se paga por ela, não é um deus-mercado quem dita isso, somos nós-mercado.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Tem aquele dia que você não está nem um pouco a fim de pensar. Nem de não pensar. Nem de ficar de bobeira, nem de fazer alguma coisa.

É aquele dia que você não quer levantar da cama, que você ouve a chuva lá fora, sabe que está frio, é que não vai dar pra ficar andando de chinelos.

Aquele dia em que você cansa de falar sempre com as mesmas pessoas, comer as mesmas coisas, beber as mesmas coisas, ouvir as mesmas reclamações, ou as mesmas músicas.

É quando você nota que precisa de algo NOVO em sua vida.

Você precisa. Mas nada acontece.

Sempre vai ter aquele cara, aquele, ali atrás, olhar confiante, e radiante, dizendo "DEPENDE DE VOCÊ!".

Realmente depende?

Claro, sempre existem muitas coisas que dependem unicamente de nós. Como me foi dito essa semana, "você tem que renovar atitudes". Tá. Quais?

"Aquelas que te causam sofrimento", dirão uns. Mas, no momento, o que me causa sofrimento?

O Tédio.

E o que me causa tédio?

A vida como ela está. Porque ela não É, assim.

Eu queria algo de novo, acontecendo, mas algo que não fosse sofrimento. Algo que eu pudesse simplesmente gozar, sem culpa, sem medo, e sem julgamento, tanto meu, quanto de fora.

Poderia ser uma pessoa nova na minha vida, poderia ser uma roupa nova, poderia ser um filme no cinema, poderia ser um prato diferente nas refeições, poderia ser uma noite de sexo com alguém que eu gosto, ou simplesmente deseje.

Poderia ser uma cantada, poderia ser um elogio diferente, poderia ser um livro novo pra ler. Poderia ser um prêmio da loteria (embora eu nunca jogue), poderia ser um carro pra poder dirigir por aí. Poderia ser um amigo me visitando, poderia ser um passeio até qualquer lugar diferente, mas a chuva não deixa.

Eu quero os pequenos prazeres. E sem culpa. Eu quero viver, e bem. Não quero ser milionário, ainda que tenha falado do prêmio da loteria, que eu nunca jogo.

Quero um pouco de vida, no meu cotidiano. Quero um pouco de humanidade.

Quero um pouco de uma vida menos ordinária.

Mas dentro de casa, sem dinheiro, com frio e chuva lá fora, é dificil.

BEM dificil...


E chove, lá fora...

quinta-feira, 9 de julho de 2009

"Herrá eh umanu"

Diz o ditado que errar é humano e persistir no erro é burrice. Bem, não creio que os muares sejam assim tão cabeças-dura quanto nós, que nos julgamos tão sabidos que pomos isso até no nome de nossa espécie.

Mas alguns erros são mesmo difícieis de se classificar. Como se diz, seriam cômicos se não fossem trágicos, ou vice-versa. Igual ao que cometeu o o Imperador Menelik II da Abissínia (atual Etiópia). Ele ouviu falar de um novo método de execução, a cadeira elétrica, que tinha acabado de estrear em 1890 e não deu outra: ficou todo assanhado e mandou encomendar logo três.


Mas não pôde estrear os brinquedinhos, vindos direto dos Estadozunido. Porque né, eram cadeiras elétricas e lá na terra dele não tinha eletricidade. Não falaram pra ele que pra elas funcionarem precisava disso. Fosse hoje em dia, ele processaria a empresa por falta de informação sobre o produto.



Mas pensa que ele se amuou? Nãaaaaaaaaao!!! Usou uma delas como seu próprio trono imperial. Como se dissesse: "Eu até posso ter comprado cadeiras elétricas para um país que não tem eletricidade, mas não tou nem aí, sou o imperador e fico phyna e puderóusa no meu trono de última geração".


Mas não é só ele, não. Está cheio de computadores em caixas que foram enviados para escolas sem eletricidade. Não é de hoje que a gente vê políticos fazendo atos grandiloquentes que resultam em nada.


Antenas parabólicas que são enormes suportes de poeira em escolas, por exemplo, prédios mal projetados que são um gigantesco desperdício de dinheiro público, entre outros.


Mas por que isso ocorre? dois motivos básicos:
1. Coisas simples não dão foguetório
2. Coisas simples reduzem o lucro das propinas


Ninguém quer o simples que funciona. Prefere o caro que chama a atenção e, muitas vezes, se mostra tão inútil quanto as cadeiras da Abissínia. Não que eu ache bacana o uso de cadeiras elétricas ou da pena de morte, lógico. Mas, voltando ao ponto, elas só serviram para portar o ego do imperador. Igualzinho a hoje em dia. Plus ça change, plus c'est le même chose...


Herrá eh umanu, mas persistir no erro é burrice. E como se persiste no erro, né não?

quarta-feira, 8 de julho de 2009

As patricinhas de Beverly Hills


Eu tenho o dvd de “As patricinhas de Beverly Hills”, comprei no balaio das Americanas com muito orgulho e muito amor.
Já assisti várias vezes – inclusive a versão dublada (erghh) da Sessão da Tarde.
Só muito tempo depois de ter assistido pela primeira vez é que eu soube que se tratava de uma versão moderna de “Emma”, da Jane Austen (que é uma das minhas escritoras preferidas desde sempre), e aí eu tratei de comprar o livro e pude perceber que o filme é realmente umas das melhores adaptações.

Sou suspeita pra falar sobre isso já que gosto de tudo quanto é filme baseado/adaptado/levemente inspirado nas obras de Austen. Gosto até mesmo de “Emma” com a Gwyneth Paltrow (o ator que faz o Sr. Knightley é muito gato, tenho que confessar), mas “patricinhas” é muito melhor.
É difícil resistir. Já começa sendo bom logo pelo título: “Clueless” (algo como “sem noção”) foi transformado em “As patricinhas de Beverly Hills, ponto para os tradutores (aqueles que de vez em quando nos brindam com coisas tipo “ Meu Primeiro Amor 2”).
Lá em Portugal ficou como “As meninas de Beverly Hills”, uma prova de que nós, brasileiros, temos muito mais siacabância.

A trilha sonora traz Radiohead, David Bowie, Jewel, Billie Holiday, Supergrass, No Doubt, Cranberries...Músicas que se encaixam perfeitamente no espírito do filme. O figurino é exagerado, e o legal é justamente isso. O que são as roupas da Amber, peloamor?
E o figurino da Cher? E o armário da Cher? Que menina já não sonhou com algo parecido?

O filme ocupa a página 847 do livro “1001 filmes para ver antes de morrer”:

“Quando Jane Austen escreveu seu romance Emma no século XIX, dificilmente teria imaginado que seu conto sobre uma jovem heroína romântica intrometida seria transplantado para a Beverly Hills do final do século XX, mas foi exatamente o que a roteirista e diretora Amy Heckerling fez com As patricinhas de Beverly Hills.
O filme transformou em estrela a jovem Alicia Silverstone (que até então era mais conhecida como a garota do vídeo Crazy, da banda de rock Aerosmith). Ela é Cher, uma adolescente de Beverly Hills cuja mãe, como ela nos informa, “morreu num acidente bizarro durante uma lipoaspiração de rotina”, deixando Cher com seu rico pai (Dan Hedaya) em uma enorme mansão. Embora ela vá à escola com sua amiga Dionne (Stacey Dash), Cher passa a maior parte de sua vida fazendo compras em Rodeo Drive, combinando as peças de seu enorme guarda-roupas e arranjando namorados para suas amigas, incluindo a recém-chegada na escola, Tai (Brittany Murphy), que logo se torna um clone de sua colega mais sabidona.

Como o livro de Austen no qual ele se baseia (muito levemente), há uma história de amor central. Enquanto interfere nas vidas amorosas dos outros, Cher mal nota que seu irmão de criação Josh (Paul Rudd) é um par romântico em potencial até que seja quase tarde demais. No entanto, o filme funciona melhor como uma divertida sátira mordaz sobre as adolescentes do século XX, incluindo sua linguagem própria (homens bonitos são “Baldwins”, uma menção à família de atores encabeçada por Alec e Billy), comentários malvados (“Procurar um rapaz na escola é como procurar sentido em um filme de Pauly Shore”) e cutucões certeiros na cultura contemporânea de Los Angeles (Cher observa que não precisa aprender a estacionar porque há sempre um manobrista disponível).
Heckerling mantém tudo funcionando em ritmo rápido, criticando as vítimas da moda ao mesmo tempo em que faz de sua heroína uma das mais devotadas, e Silverstone se mostra a musa perfeita no papel da chique porém tola Cher.”
Tem como não amar?
P.S: Sou louca pra assistir "Noiva e Preconceito" - a versão bollywoodiana de Orgulho e Preconceito!

segunda-feira, 6 de julho de 2009

O Vermelho e o Azul

Quarta-feira passada, numa eletrizante partida, o Internacional perdeu a Copa do Brasil. O Corinthians venceu o campeonato. Mesmo assim, teve festa. E ela foi azul.


No dia seguinte, Grêmio e Cruzeiro se enfrentaram, buscando uma vaga na final da Libertadores. Grêmio perdeu. Mesmo assim, teve festa. E ela foi vermelha.


Durante o resto da semana, pessoas teorizaram. Os torcedores de ambos os times, assim como gente que detesta futebol e gostaria de dormir numa hora decente, tentaram achar explicações para o fato de alguém soltar foguetes, buzinar e gritar. Não pela vitória do seu time, mas pela derrota do adversário.

Falou-se em perda de tempo, falta de vergonha na cara, falta de noção, vagabundagem (soltar fogos depois da meia-noite seria sinal de que o Fulano que fez isso não precisa acordar cedo no dia seguinte). Falou-se também em recalque e falta de espírito esportivo.

Todas as alternativas anteriores podem até estar corretas, mas o povo especulador esqueceu de um fato: a rivalidade futebolística. Internacional e Grêmio foram rivais a vida inteira e nunca deixarão de ser. E rivalidade é isso mesmo: não basta ficar feliz com as conquistas do seu time, nem sofrer com as derrotas dele. É necessário, também, comemorar as agruras do seu adversário e morrer de inveja com as suas conquistas. Desde que a coisa não vire Maragatos X Chimangos, está tudo bem.

No meio de teorias, jogos e derrotas, a história terminou assim: ninguém ganhou nada, mas todo mundo comemorou. A bola continua sendo redonda e os teóricos que levam tudo a ferro e fogo continuam sendo chatos.

sábado, 4 de julho de 2009

Chove

Observa aquela criança brincando no parque, sozinha.

Se pergunta porque aquela criança está sempre sozinha. Sempre que vai àquela praça, lá está aquela criança brincando sozinha na areia, com com a areia, nenhum brinquedo, nem mesmo um galho para desenhar, desenha com os dedos.

Ouve ABBA, "One of us". O sol parece não incomodar, o ruído dos carros também não. Um suspiro longo e pausado tira a atenção. Lá longe há nuvens pesadas de chuva se formando, mas o vento as manterá por lá.

O pipocar de um DKW Belcar desperta e volta a prestar atenção na criança. O sanduíche que fez está na bolsa, esfriando em um saquinho de padaria. Pobre? Não, praticidade. Uma vasilha prática ocuparia muito volume, assim que comer o espaço estará livre.

"Quando M'Innamoro" por Gigliola Cinqueti sai daquele Dodge Dart. Imagina o que aquela criança virá a ser, quando crescer. As crianças estão crescendo tão cedo e tão rápido! Os dias mal passam e já alçam vôo. A criança faz três montinhos com a areia, parece conversar com eles, tocando cada um com seus dedinhos frágeis e peraltas.

O Dart estaciona e toca "Sera". Olha aquela criança com uma ternura sem fim, poderia ser sua filha. Imagina planos para a sua educação, métodos de formação para seu caráter, seus namoros, sua profissão... Tem cara de assistente social. Vez ou outra ela solta um gritinho de contentamento, são imagina pelo quê, mas sempre é acompanhado de uma risada muito característica.

Sente cheiro de terra molhada. Tinha razão, o vento manteve a chuva longe, mas o cheiro calmante se espalha rapidamente pela cidade. A criança também sente o cheiro, estica o pescoço para ver as nuvens, compara-as com o céu azul sob o qual descansa. Aquela criança poderia ser sua filha. Fosse, lhe daria as chances que não teve, lhe passaria suas experiências tão logo tivese discernimento, para que pelo menos cometa seus próprios erros, em vez de repetir os erros alheios. Certo que ela terá seus prórpios sonhos, mas não custa orientar, mostrar os obstáculos e orientar para ajudar a superá-los sem traumas desnecessários. Porque nem todo sofrimento é necessário, na verdade a maioria não é. Mas somos teimosos, insistimos em esfregar a ferida só porque coça. Nisto a vida passa e os sonhos se vão com ela. Sonhos são caros demais para serem desperdiçados, isto deveria ser ensinado na escola.

O vento muda e as nuvens começam a se aproximar. É hora de ir embora. A criança corre para dentro do Astra, dá partida e sai. Lá dentro a tempestade cai. Poderia ser sua filha, mas é ela mesma.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

O Bem Pensar II (resposta a Nanael)

Ceticismo não é uma coisa que nasça conosco. Levando-se em conta a religiosidade do povo brasileiro, que mesmo em situações das mais precárias (vide o chão rachado pela seca no sertão nordestino), ainda assim, nosso povo mantém crenças, costumes, e crendices ligadas à religiosidade, tal como o tão celebrado Padim Ciço. Dizer-nos um povo que não tem cultura religiosa é ofender até mesmo aos índigenas, que ainda hoje são massacrados, ditos como "selvagens". Mas que na verdade, são BEM MAIS civilizados que nós outros. Ceticismo é uma coisa que se cria, com o tempo, por conta do egoísmo nosso. De acharmos que a vida tem que ser como queremos, lição tão bem ensinada pelo cinema infantil americano. Sempre temos (sempre mesmo, e sei que os hipócritas dirão "EU NÃO!") uma religiosidade fundada na infância, que vai se destruir por nosso próprio orgulho e egoísmo, durante a vida que vai seguir.

Cristãos, ah, os cristãos. Boa parte gosta de bater no peito e gritar o nome do Cristo, como se o mesmo fosse surdo. Ou precisasse ser lembrado o tempo todo da existência do tal que grita seu nome ininterruptamente. Embora boa parte dos "ditos" cristãos, falem mais o nome do Coisa Ruim, do que do próprio Cristo, ou de Deus.

Astrologia era usada até pela Medicina. Porém, quando se chegou na Época do (mal nomeado) Iluminismo, tudo passou a ser classificado como crença. De certa forma, o mesmo erro foi cometido pelos antropólogos modernos, que dizem ser Deus uma criação do Homem. Aí se chega naquele ponto, pra mim um verdadeiro novelo que precisaria ser desfiado pelos 5 séculos que devem se seguir, daqui pra frente: a necessidade acadêmica de sempre se querer saber mais que o outro.

Antropólogos leem um livro de História, um de Sociologia, e um de Maquiavel. E se arvoram em fazer análises psicológicas de um grupo. Ainda mais um grupo que não conheceram, nem nunca terão chances de entrevistar, como o Homem primitivo.

Não que eu creia na Gênese Bíblica, mas há testemunha ocular pra refutar, com toda a certeza e fatos para comprovar, que Adão e Eva não existiram?

Mais simples e mais aceitável, pra mim, é a idéia da fábula. E uma vez que Deus criou o homem do barro, não seria interessante pensar que os homens com "pele cor de barro" são os mesmos indígenas que consideramos primitivos demais?

Apenas especulação.

"Hoje sei o que é de verdade a astrologia, a magia, a religião, a fé, o milagre, sei diferenciar uma parábola fabulosa de um relato histórico. Mas para isso eu precisei mergulhar no mais baixo e gélido abismo de meu próprio inferno." (Nanael Soubaim)

É quase sempre assim, meu irmão. Como dito sabiamente pelos que estão acima de nós, só aprendemos "pelo amor ou pela dor". Mas pela nossa própria condição, acabamos aprendendo mais pela dor do que pelo amor.

Os que creem, normalmente, tem a tendência à serem exagerados. E acabam assim criando aquele mito nocivo do "MEU" Deus. Que é melhor que o seu. E se você não estiver com o "MEU" Deus, você está perdido e sozinho no mundo. E isso afasta muita gente. Ninguem gosta de ser forçado à nada. E nem o Onipotente deseja isso. Deseja que aceitemos de nosso coração, e por vontade própria. O que nos remete à situação dos Cristãos Novos, na época do Império.

Negar à tudo, e negar até mesmo a Existência, é algo mais comum do que pensa. Vários filósofos já disseram o mesmo. Procure Berkeley, Schopenhauer, procure Nietzsche, procure Sartre. E porque não, algumas linhas Budistas. Lá você vai ver gente que segue por séculos essa mesma idéia. E morre pensando que tudo é assim.

Mas como disse-me você, uma vez, "NADA VEM DO NADA". Axioma que muitos ditos cientistas esquecem.

"A maioria dos céticos simplesmente conclui que cometeu algum erro de cálculo e que deve confiar cegamente nos diplomas e na pompa dos acadêmicos. eu conclui ter cometido algum erro, mas nunca confiei na infalibilidade de um homem, ainda mais no jogo de poderes e vaidades que é a comunidade científica, bem mais machista e racista do que os leigos podem supor, como qualquer entidade que detenha um poder significativo." (Nanael Soubaim)

Aqui eu não tenho nada mais à acrescentar, meu irmão. Apenas gostaria que Dave Coelho entendesse nisso o que eu chamo de "Idiotismo Acadêmico".

"Porque ateísmo tem muito de orgulho, bem pouco de crença na inexistência, que não existe." Isso eu tive uma conversa com amigos de fé, e que chegamos exatamente nesse ponto. Pra não crer em Deus, você precisa crer. Porque se você naturalmente não acredita, então você nunca teve crença alguma. Mas para negar, é preciso crer. Isso me lembra a questão de que MUITOS que se dizem ateus ou céticos, o são por conta de Papai Noel. Chegam num ponto: "Me disseram que Papai Noel existe, e ele não existe. LOGO, se me disseram que Deus existe, então, Ele não existe também".

E a crença real sempre vem pelos meios mais estranhos. Pode ser uma doença (psicológica, como no meu caso), um livro, um filme (já conheci várias pessoas que se abriram pra realidade espiritual por conta do filme "Amor além da Vida"), ou uma visão, ou algo assim. Mas vem, e vem com força. Nas suas palavras, "A porta para a verdade estava não aberta, mas arrancada do portal e transformada em lenha para a lareira".

O hábito da leitura, especialmente aquilo que traz entendimento, é algo que deveria ser mais cultivado, e sempre acontece com quem tem necessidade de saber. Disse o Cristo "Aquele que tem ouvidos de ouvir, ouça". Pra nossa geração, seria "aquele que tem olhos pra ler, leia".

E contos de fada, normalmente tem mais verdade que muitas estórias DITAS reais. Para você que tem uma mente já aberta, é só ler "O Senhor dos Anéis" pra entender. Alice no Pais das Maravilhas, é só um devaneio de Lewis Carrol. Como tantos outros. Em tempo, pra quem conhece a estória, basta saber que Lewis era pedófilo, viciado em jogo e alcoólatra. Quem tem olhos de ler, leia. [2]

Disse Einstein: "A Fé sem a Ciência é cega. A Ciência sem a Fé é manca". Isso já diz tudo. Uma não pode viver sem a outra. Sua separação criou doenças e chagas na Humanidade, que até hoje tanto uma quanto a outra tentam curar. Mas só encontrarão a cura quando se unirem. Como foi um dia.

Sempre há um responsável, alguém que nos tira o véu dos olhos, e nos faz entender o que de verdade acontece, conosco e com o mundo. No meu caso, foram WW da Matta e Silva, Francisco Rivas Neto, Jacob Boheme, John Dee, Eliphas Levi, Mme. Blavatsky, e claro, Allan Kardec. Bem como Francisco Candido Xavier (com Emmanuel e André Luiz). E eu agradeço todos os dias por ter tido contato com o que todos eles podem ensinar.

Não dá pra ser bicho-grilo, ainda mais depois de se ter idéia do quanto existe para ser feito. Não só por nós mesmos, mas pelos nossos irmãos, e pelo mundo. E em nome de Deus.

E eu sou Taurino com ascendente em Capricórnio. Terra até os olhos. E pé no chão, as well.

O Pensamento tem que ser cético, meu querido. Não se pode deixar enganar, principalmente pra quem já leu, estudou, viveu e viu tanto. E ainda tem tanto para aprender. E fazer.

E aqueles que vendem milagres, isso sempre vai existir, creio eu. Profissão de fé, é algo que sempre vai existir. Porque num mundo capitalista, até a fé é comercializada. Mas não nos cabe julgar. Apenas orar pra que tenham noção do que fazem. Volto a citar o Nazareno: "Pai, perdoai-lhes, pois não sabem o que fazem".

E sim, o inimigo está realmente DENTRO das igrejas, dos templos. Isso me lembra a questão do verdadeiro fim da Atlântida, das Guerras Mágicas. Ensinar para quem não tem discernimento pra saber usar. Para quem não tem MORAL para usar. ISSO é perigoso. Muito mais que armas, muito mais que bombas. Quem não sabe, Atlântida caiu por que se resolveu ensinar a magia para todos, sem distinção. Aqueles que não tinham moral para SABER usar, acabaram criando aquilo que se subvencionou chamar "magia negra", ou seja, aquela feita para ferir, contundir, e até mesmo matar. Assim se iniciaram as Guerras Mágicas. E essa guerra que acabou por afundar a Atlântida. Os próprios Atlantes foram responsáveis por seu próprio fim. Qualquer semelhança com isso, e os homens que criam armas, NÃO É mera coincidência.

Médiuns de verdade, são poucos, irmão. MUITOS querem realmente ser o novo Chico Xavier. Mas esbarram em suas próprias viciações. Em seus próprios erros. E não alcançam. Porque não tem a mesma capacidade de auto-anulação do Chico. Ele fazia isso naturalmente. Sofria algumas vezes, mas mantinha-se sempre no propósito firme. Poucos sabem ou lembram disso. E vão sofrer porque não podem ser como ele.

Os seres Elementais, em verdade, não tem noção de bem e mal. Se aproximam de quem consideram seja algo de interessante. Vide as fábulas a respeito dos próprios Gnomos da Terra.

Realmente, não adianta argumentar com céticos. Apenas orar por eles. Aprendi isso a duras penas. E você sabe muito bem que tem um, bem encarniçado, que em vários momentos, me inferniza. Mas só posso pedir que Deus tenha piedade da alma dele.

Além da Mitologia Grega, eu sugeriria estudar também a Nórdica, a Africana, e a Bramane. Sem esquecer também os Indígenas, não apenas os nossos, e os já conhecidos Maias Astecas e Incas, mas também algumas tribos Norte Americanas. Tal como os Pueblos, os Cherokees (sim, não é apenas o nome de um carro), os Moicanos e tantos outros.

"Se antes eu pensava que pensava, hoje sei que só rudimento. Aos que estão pensando que finjo ser a criatura mais humilde do mundo, vá cuidar de sua vida." (Nanael Soubaim)

Tudo o que posso dizer agora, é: ASSINO EMBAIXO.




Pra quem não sabe, foi basicamente isto que Nanis viu...

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Inúthel!

Já dizia Roger Rocha Moreita, a gente somos inúthel. E também adoramos fazer e adquirir inutilidades, dos mais diversos tipos. Abaixo, uma listinha de algumas coisas inúteis e o que é feito delas.







1. "A coisa", projetada para ser um estouro de venda e uma "revolução no transporte urbano", tornou-se um mico, na verdade um King Kong daqueles. Hoje deve estar sendo usada como cabide de luxo.


2. Esteiras e bicicletas ergonométricas são úteis em academias e em casas de aficcionados. Fora de seu ambiente natural, acabam tendo a mesma utilidade da "coisa".


4. Porta-metades. O plástico, essa incrível matéria-prima, tão versátil quanto poluente, é também o ingrediente das mais impressionantes inutilidades. Algumas são incrivelmente divertidas. Entre elas, vasilhas plásticas para guardar metades. Tem para metade de cebola, em formato de cebola, para metades de pimentão vermelho e de pimentão verde, com o formato e a cor respectivas. Juro que não inventei. Está na revistinha de utilidades que vem junto com a das maquiagens daquela famosa empresa de vendas por catálogo e de porta-a-porta cujo nome é inspirado no local de nascimento de Shakespeare.


5. Jarra e outros objetos em forma de frutas. A mais famosa de todas é a incrível jarra de abacaxi. Tem a de cerâmica, mas esse aqui é do bom e velho plástico, matéria prima acima decantada. Hoje em dia, serve como objeto de desejo de dez entre talicôsers. Eu, pelo menos, acho mais bacana que "A coisa"...

E você, que inutilidade citaria?