terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Stevie Nicks, Débora Brasil e o Festival de Dança

Tudo começou como quase sempre começa: uma conversa sem noção no MSN.

Luna - Stevie Nicks vai participar da turnê? Sem ela não tem graça.
Rafa – Não say, acho que sim.
Luna – A outra mulher é a Débora Brasil.
Rafa – HAHAHAHAHA. Tadinha.
Luna – Ninguém liga.
Rafa – Débora Brasil foi apresentadora do show de dança lá do colégio uma vez.
Luna – FDC
Rafa – Era amiga da professora. Uóooooooooooooooooooooo.
Luna – Até LC (Lucas Celebridade) é mais famoso.
Rafa – Pior que é.


Um pouco depois, fui dormir. Minhas aulas recomeçariam e pá...O cansaço bateu.
Deitei, o sono não chegou...Lembrei da conversa sobre a Débora Brasil, lembrei dos Festivais de Dança.
Minha mente entrou no túnel de tempo [/vídeoshow] e eu passei horas (só consegui adormecer depois de umas 2 da madrugada):
Logo no começo do ginásio (acho que nem se fala mais assim) o sistema de educação física mudou, e cada um escolhia o esporte que queria fazer. Eu resolvi me inscrever em Dança Moderna, lá para o meio do ano a professora “convocou” as meninas que iam entrar para o corpo de dança do colégio, e eu acabei entrando. Acho que o nível devia ser bem baixo, nunca fui nada que prestasse em matéria de dança.

O corpo de dança tinha um dia a mais de aula por semana, nossas atividades eram king-kongistas: quando tinha campeonato, tínhamos que servir de animadoras de torcida.
O uniforme era um macaquinho (disgusting) de malha cinza-moletom, cor que eu odeio, e com as iniciais do colégio na barra: C.A.V (um claro sinal de meu futuro talicoisístico), os pompons eram brancos. Além da fajutice cheerleader, tínhamos que fazer um número de dança quando havia alguma comemoração no colégio.
No final acontecia o festival, cada turma de dança apresentava um número, e o problema começava aí: a professora-amiga-da-Débora-Brasil tinha as idéias mais estranhas para compor o “show”. No primeiro ano em que participei, o tema foi algo do tipo “Danças que foram moda no Brasil”, claro que minha turma pegou o pior número de todos: Bossa Nova.

De cara eu já achei estranho: como é que se dança Bossa Nova, meu Deus? Alguém já dançou Bossa Nova? Que loucura é essa?
A bizarrice também envolvia o figurino: o da Bossa Nova era formado por uma calça dourada, um colete branco, uma cartola dourada.
O número do corpo de dança foi uma coisa meio afro, a roupa foi um vestidinho marrom-marromenos.
No outro ano, eu segui minhas amigas e me matriculei na aula de Swing Baiano (tocava “onda, onda, olha onda” e coisas assim, essa aula era muito mais disputada do que a de D.M. Sorria, você está na Bahia pride).

Eu já tinha largado o corpo de dança, um ano de experiência foi mais do que suficiente. No fim do ano, a professora conseguiu se superar com um tema tipo “O homem invade o espaço”. Outra vez a minha turma pegou a pior dança (?), era o número de abertura, com astronautas explorando o lugar (Lua, Marte, Tatooine, o que vocês quiserem): o figurino era um macacão branco e um tubo de oxigênio feito com garrafas de coca-cola, em dado momento da apresentação a gente se jogava no chão, num movimento que mais parecia um ataque de epilepsia.

Isso foi demais para mim, no ano seguinte me inscrevi para fazer vôlei, depois fiquei alternando entre aeróbica, vôlei, e futsal. Só ontem me dei conta de que toda a esquisitice do festival era no fundo, uma siacabância enorme. Senti saudade de todas as eguágis colegiais.


Chistine McVie, a Débora Brasil do Fleetwood Mac.

5 comentários:

Luna disse...

Além de você ser a única pessoa que eu conheço que também gosta de Fleetwood Mac, temos outra semelhança.

Eu também escolhi dança como aula de Ed. Física e também não era nada boa. Meu maior mico foi ter que apresentar um mambo na frente de todas aquelas meninas...

Não foi um mambo caliente, o meu grupo nem ensaiou direito.

Rafaela disse...

Mambo? Claro sinal do futuro talicoisístico!

Luna disse...

Acho que bossa nova se dança cheek to cheek. Será? Odeio Ed. Física, não nasci pra isso.

fabio_ disse...

Eu SEMPRE fui o queridinho das coreografias. Sempre me botavam lá no meio.
A parte ruim? Tem vídeo de tudo isso.
A parte boa? Tá em cassete e não vai virar dvd sozinho.

Nanael Soubaim disse...

Meio abandonado o Talicoisa, uhn! Meg, minha filha, não esquenta, muitos professores abusaram dos cogumelos na juventude e os efeitos se tornaram permanentes.