quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Poeminha de quinta



Enquanto a chuva não dá uma trégua e minha inspiração para postar está tão distante quanto os dias de sol, fui buscar no baú dos meus poemas um pra pôr aqui. E desculpem pelo trocadilho do título, mas eu não resisti...
A imagem ao lado me parece bem sugestiva quanto ao teor do poema e foi retirada de:
http://www.naniques.blogger.com.br/Mulher%20sombra.jpg

Embate

Ele se ri à minha face,
e seduz-me fácil assim,
vem em seu mais doce disfarce,
dançando em volta de mim:
canta-me todas as fraquezas,
e joga-as aos meus pés,
confunde-me as certezas,
e dirige-me ao revés.
Ele vem suave, manso,
meu destino corroer,
oferece-me o descanso
dum eterno padecer...
Faz tão certas as derrotas,
previsíveis tantas quedas,
traz fechadas todas as portas -
nem sequer deixa-me uma fenda...
Ele vem, maldoso, cínico,
falsos dotes me louvar -
traz, em seu sorriso irônico,
pedras para eu tropeçar.
Mal sabe que já o adivinho,
que seus truques já não me atraem,
que eu quero o meu caminho:
meus passos não se distraem;
mal sabe que, em cada luta
é à vida que eu abraço,
e o que agora minha alma escuta
é o destino, que eu traço.

2 comentários:

Nanael Soubaim disse...

Isto dá um bom samba para Alcione.

Adriane Schroeder disse...

Sério???
ehhehe, adoraria ver meu poeminha na voz da Marrom, Nanael!