sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Reconhecendo os limites...

Os últimos dias foram... Como dizer? Estressantes, deprimentes, tristes... Talvez, mas não abarcariam a gama de coisas que aconteceram. Não foram tantas, porém, todas elas mexeram comigo. E muito.

Uma bronca, um emprego que não saiu, e um amor que se desfez.

Pra muitos, seria "apenas uma semana ruim", nada mais. Essas pessoas são os chamados Otimistas.

Para outros, seria "um inferno uma semana inteira em que eu não deveria ter levantado da cama". Estes, são os Pessimistas.

Há ainda um terceiro grupo, que diria "Essas coisas acontecem, mas a vida continua". Estes, normalmente, são chamados de Realistas.

Uma das coisas que mexeu comigo foi notar que eu não me encaixo em nenhum desses três grupos.

Não acho que foi só uma semana ruim, não acho que tenha sido o inferno, não acho que essas coisas acontecem. Tampouco, culpo Deus ou a mim mesmo por tudo.

Eu sei que Deus não quer meu mal. E tenho auto-conhecimento o suficiente pra saber que não me saboto, nem estou "despreparado para o sucesso".

Não sou o tipo de pessoa que está "esperando a vida começar", não sou de esperar. Mas também sei que as coisas não acontecem simplesmente pela minha vontade, ou desejo.

Sei que o Dave odeia textos fragmentados assim. Mas não ligo. Não mais.

Sei que o Frank odeia quando escrevo textos tristes ou depressivos. Mas não ligo. Não mais.

Sei que Nanael vai dizer que "tudo isso é passageiro". Mas não ligo. Não mais.

Sei que Elmo não dirá nada, ou vai fazer algum comentário engraçadinho. Mas não ligo. Não mais.

Sei que Luna vai dizer "Ótimo texto, Fio! [/Lord]". Mas não ligo. Não mais.

Sei que MEG vai falar algo como: ":( Fica assim não, Fio.". Mas não ligo. Não mais.

Sei que a Adriane vai dizer "A vida continua, rapaz.". Mas não ligo. Não mais.

Sei que Melzinha diria "Fio, eu tenho medo de você". Mas não ligo. Não mais.

Eu mesmo diria, ao terminar de ler, "É uma droga de texto. Poderia ter feito melhor.". Mas não ligo. Não mais.

Eu tomei uma bronca da minha família. Por estar na situação que estou. Por não lutar mais (embora não entendam que eu não consiga), por não fazer mais (embora não entendam que eu não tenha mais como). Por não ter mais fé. Por não ter mais esperança. Mas eles não vivem dentro de mim. A esperança ainda existe. De alguma forma, sempre vai existir. Porque eu tenho medo. E quando há medo, há esperança. Fé, eu sempre tive. Sempre terei. Em mim, e em Deus.

Eu estava tentando um emprego. Nem é a minha área. Nem é o que eu gostaria de fazer. Mas ia me possibilitar N coisas (otimista pride). Era uma indicação. Um amigo. Mas não deu certo.

Eu estava amando. Mesmo. Sabe aquela cena de olhar pra pessoa e ter coraçõezinhos flutuando em volta de você? Era assim mesmo. Cada vez que eu falava com ela era um deleite. Cada telefonema, uma felicidade. Cada vez que eu a via, era uma alegria no coração. Mas a verdade é: não houve um beijo. Não houve sexo. Não houve contato. Era quase platônico; só não era porque eu estava tomando atitudes. Não guardava apenas pra mim. Mas ela simplesmente disse: "Somos apenas amigos, nunca daria certo".

Os companheiros do Talicoisa, que me conhecem pessoalmente, ou por assim dizer, mais intimamente, sabem de muitas coisas que acontecem na minha vida. Sabem de coisas que passo, sabem o momento que eu estou passando na minha vida. Sabem o quanto tem sido duro pra mim.

O que eles não sabem, é que o que havia em mim, se quebrou. Se partiu.

Essa simples semana, esse pequeno inferno, essa semana comum...

Deixo bem claro, em negrito e itálico, que EU SEI que não sou a única pessoa a sofrer no mundo. EU SEI que os outros também tem problemas. EU SEI que meus próprios companheiros do Talicoisa tem problemas na vida que alguns nem sonham.

Mas como diria Dave Coelho, "não é muito o meu momento" ficar pensando nos outros. Preciso pensar em mim. Só em mim. E cuidar de mim.

E primeiramente, sobreviver.

À mim mesmo.

Para poder viver.



Searching for myself

8 comentários:

Davi Coelho disse...

"E primeiramente, sobreviver.

À mim mesmo.

Para poder viver."

Aí você disse tudinho, caro companheiro adiposo.
=*

Frankulino disse...

Fio, não é possível compartimentar e definira as pessoas com rótulos como péssimistas, realistas e ótimistas... O nosso modo de ver a vida é complexo e tem um pouco das três coisas... Acho que vc tem passado por uma crise de identidade ou algo do tipo, e que o fato de ser adulto e não encaixar nos padrões de adulto é o que realmente te incomoda, com o tempo isso vai passar e com um pouco de luta e auto-confiança as coisas talvez melhorem... E vão melhorar assim que você começar a aceitar sua situação e enfrentá-la, caso não goste do que vê... Tdos nós nos olhamos as vezes e nos sentimos deslocados...

Bjos



Odeio textos tristes!

Luna disse...

Nem vou dizer nada, já que você não se importa.

E eu nem digo esse negócio de Lord.

Adriane Schroeder disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Adriane Schroeder disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Adriane Schroeder disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Adriane Schroeder disse...

Corajoso e reflexivo.
Parabéns.

Grace Simpson disse...

Nem sou a Luna!! Mas vou te dizer que adorei seu texto!! Passa uma verdade que nem sempre as pessoas conseguem ou querem confessar!!
Quanto aos infortúnios que te aconteceram nesta semana ruim, só posso dizer que tudo depende de como vc vai encarar as coisas daqui para frente, pq graças a Deus, esta semana acabou!!
Sei que tô aqui bem de intrometida, mas toda vez que passo por coisas ruins assim, eu só penso que se os meus momentos felizes não duram pra sempre, os meus momentos tristes tb não vão durar!
Força aí!!:)

Bjoo