quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Menos Babaquice, por favor!

Nunca fui de fazer listas com newyearresolutions, mas para 2008 estabeleci uma única meta, solitária, e resignada: Ser menos babaca.

Partindo do princípio de que talvez sejamos todos de fato babacas quando nos comportamos como generais em relação a nós mesmos: nos limitando, nos podando, nos regulando, sendo pequenos ditadores de nós mesmos. Somos imbecis de marca maior quando recusamos a vida, quando dizemos não ao riso, quando julgamos ser melhor “numa outra vez” – por comodismo, preguiça ou pela mais cristalina babaquice. É como se um garçom metafísico viesse a nós com a vida pulsando numa bandeja de prata e nós, com olhar blasé, disséssemos “Não, estou farto”.

Enquanto o tempo escorre das mãos feito água, creditamos o usual e renegamos o novo, o experimental. E nesse ínterim, nos ocorre: Que diabos de história contaremos aos nossos netos, quando tivermos a sina de sentá-los no colo para nos fazer ouvir? “Quando eu era jovem, eu ... eu ... er Eu era um tremendo mané! É isso! Eu era um mané!” E lá vai o neto morto de contrariado contar pra mamãe dele que você era um mané.

Em face de tudo isso, não seria má proposta nos convidar a ousar ‘primeiras vezes’. Ainda que com a desculpa de ser uma pesquisa antropológica [whatever], visitemos locais nunca dantes visitados. Peguemos em nossas próprias mãozinhas e nos conduzamos ao novo. Não há nada mais dolorido que observar as oportunidades que perdemos e não há nada mais revigorante que a sensação de estarmos vivos.

E eu não pretendo sugerir que encofemos nossos respectivos valores, vestindo jaquetas vermelhas a la James Dean, ao som desavergonhado de Twist and Shout e pela vida saiamos com wisk e sexo. Claro que o ponto está longe disso. Há muito com o que se preocupar e catamos muitas responsabilidades nessa jornada ingrata, mas a vida, meu povo, a vida vai muito além dessa blablabladice!

Vale a pena experimentar um novo sabor de milkshake, ouvir o som que seu amigo tanto venera, aceitar mais convites, promover convites, dançar com fones no ouvido, deitar no chão sujo da sala, viajar com grana limitada, cantar Elis um pouco high, apreciar o cinema, a música, ser sensível, ser chato, bruto, chorar, apostar corridas sem a menor necessidade, mandar alguém pra casa dos caróleos, amar.

A vida é ainda muito mais que isso e é maior que qualquer coisa que qualquer um possa dizer. Colecionemos primeiras vezes, brasileiros. Sejamos.

4 comentários:

Paulinha disse...

"apostar corridas sem a menor necessidade..."

xD uauhahuauhhuauhauhauhauhauhauha

vc quem o diga né...rs =P
uma idéia mto legal do experenciar...
mto embora a ideia de contar a netos hsts e hsts de vida...seja algo jah mto perdido na vida social e cotidiana... certos valores ainda podem ser perpessados... =]

otimo texto! =D bjus

Luna disse...

Eu sou a favor de tudo o que você escreveu. O problema é passar da tiuria para a prática.
Parabéns, Coelhoso!

Anônimo disse...

ai ai Dave Coelhito, a primeira coisa a fazer é sair da cortola com estilo fazendo o mágico de coadjuvante!
bleh!

Anônimo disse...

Ótimas metas, Dave, serve pra muuuita gente, me incluindo aí... Mas não tenho tanta certeza que irei aplicá-las...

Belo texto!