segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Uma cartinha para o Papai Noel


Querido Papai Noel...

Estou escrevendo porque o Natal se aproxima e eu tenho alguns pedidos, que eu gostaria de ver atendidos. Tudo bem, eu sei que não tenho mais idade para acreditar no senhor... E devo dizer que não acredito mesmo, já que o senhor está em todos os lugares, vestido com essa roupa insuportavelmente quente, dando essas gargalhadas que mais assustam do que divertem. Isso tudo só prova que a sua existência só pode ser coisa da imaginação de alguém, mesmo.

O quê? Se eu não acredito em Papai Noel, por que estou escrevendo? Simples: é que os presentes que eu quero também não são encontrados aqui, na vida real. Então, concluí que só um ser imaginário poderia dar conta de me trazê-los. Posso revelar a minha lista? O senhor jura que lê até o fim?

Primeiramente, eu gostaria de ganhar uma máquina de sonhos. Sabe, Papai Noel, quando a gente dorme, sonha um monte de coisas, que nem sempre fazem sentido. São pequenas histórias, em geral fragmentadas, e a gente não consegue lembrar de tudo ao acordar. Existem também os sonhos engraçados, os enigmáticos, e aqueles em que o Brad Pitt faz figuração. Por isso, eu gostaria muito de ganhar a maquininha. Durante o sono, ela grava todas as imagens e sons que passam pela nossa mente. Depois, é só assistir no aparelho de dvd! Prático, não?

Se a maquininha for muito difícil de encontrar, serve o nariz da Feiticeira. Não, não estou ficando louca. Ah, vai me dizer que o senhor não lembra do seriado? A bruxa Samantha, casada com o James... Lembrou? Ela conseguia tudo o que queria só mexendo o nariz de um lado para o outro. É o meu maior sonho, nunca mais ter que lavar louça, nem arrumar a casa, nem fazer compras no mercado. Tudo o que eu teria que fazer seria dar uma mexidinha no nariz...

O que mais? Eu ia pedir uma máquina de teletransporte, mas depois do que aconteceu no filme “A Mosca”, não vou arriscar. Imagina o senhor se eu, uma moça fina, me transformo num monstro horrendo, que tem o péssimo hábito de vomitar na frente dos outros e depois ainda engolir tudo de volta? Nem pensar! Melhor pedir outra coisa...

Já sei! Uma fada madrinha! Igualzinha a da Cinderela! Com a diferença de que não quero que minha carruagem vire abóbora à meia-noite. Porque, convenhamos, à meia- noite a festa está apenas começando, não é? E digo mais: a minha fada madrinha tem que estar a minha disposição sempre que eu pedir. Eu poderia deixá-la guardadinha numa caixinha... O que o senhor acha?

Bem, caríssimo Papai Noel, meus pedidos são esses. Espero que pelo menos um deles o senhor atenda. Antes de me despedir, posso fazer uma pergunta? Quando o senhor era criança pequena lá na Lapônia, não lhe ensinaram que é muito feio invadir a festa dos outros? Longe de mim querer causar discórdia, mas o senhor não reparou que quem está de aniversário no dia 25 de dezembro é outra pessoa?

Vou ficando por aqui, porque falei mais do que devia...
Um abraço,


Luna.

4 comentários:

Davi Coelho disse...

Então, isso é "ódio sincero ou amor fingido" pelo velho Noel?!
Se eu sou o bom velhote te digo umas verdades... Mas também atendo aos pedidos pela originalidade!
Muito delícia o seu texto, Debinha.

Bjo Noélico pra vc.

Melissa de Castro disse...

Achei seu texto fofo, Luna.
Também quero o nariz da Feiticeira pra mim!!!
Beijos!

Rafaela disse...

Beesha!
Eu gostaria de ganhar uma máquina de teletransporte (sem defeitos, claro)!

Vivi disse...

Que velhinho mais fofo!!
Eu só queria ganhar uma máquina que não deixasse a casa bagunçada... Mais nda...